Publicado em 16/09/2016 às 09h43.

Como financiar campanhas? Só é certo que como 2016 não vai ficar

A menos de 15 dias da campanha eleitoral 2016 acabar, uma lição ela já deixou: a proibição total de doações de pessoas jurídicas a candidato

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Um espinho de experiência vale toda selva de avisos”

James Russel Lowell, escritor e abolicionista dos EUA (1819-1891)

(Foto: Tânia Rego/Agência Brasil).
(Foto: Tânia Rego/Agência Brasil).

 

A menos de 15 dias da campanha eleitoral 2016 acabar, uma lição ela já deixou: a proibição total de doações de pessoas jurídicas a candidato, um papo que já não deu.

Pior: baixado por decisão do STF a partir de uma ação da OAB a pretexto de moralizar, criou outros penduricalhos do submundo: candidatos apadrinhados por ricos, o caixa 2 imperando a solta. Fora disso, só o dinheiro do Fundo Partidário, que na partilha acaba resultando numa ninharia para os agraciados.

Que fica como está, é consenso. Mas o que fazer? Eis a questão. Há duas alternativas possíveis.

1 — Voltar ao que era antes com restrições. Ou seja, as empresas podem doar com limites de quantias.

2 — Financiamento público, com o fortalecimento do fundo partidário.

Aí as opiniões se dividem. O PT, escaldado com a desastrosa experiência do petrolão, mais partidos como PT, PCdoB, Rede e PSOL, a esquerda de modo geral, defendem o financiamento público. Os demais oscilam entre não saber ou o financiamento com limites.

Antônio Imbassahy, por exemplo, o líder do PSDB na Câmara, admite que, do ponto de vista do partido, a questão está em aberta. Benito Gama, do PTB, também. Vê o financiamento público com certa simpatia, mas ressalva:

— Essa de tirar dinheiro público para financiar campanha é que ainda não me cai muito bem.

E Arthur Maia, do PPS, é simpático à ideia do financiamento privado com restrições.

A única coisa certa é que como está não vai ficar.

Ajuda inimiga

Everaldo Anunciação, presidente do PT na Bahia, disparou reagindo às acusações dos procuradores da Lava Jato a Lula:

— Estão fazendo o jogo da Fieb e do PSDB.

Será? A postura dos procuradores, mais interpretativa do que técnica, ou mais política do que jurídica, fez tudo o que o PT queria: reforçar o discurso de politização das ações contra Lula.

O PT vinha dizendo que a intenção principal era tirar Lula de cena em 2018. Ganhou uma ajuda inusitada.

Na hora errada

E por falar em atos de ataques que saem pela culatra, aliados de ACM Neto estão dizendo que o fato dele assinar o contrato para o BRT hoje com a Caixa, a 15 dias da eleição na qual ele tenta se reeleger, foi presente de Dilma.

Em miúdos: se lá atrás Dilma tivesse cumprido o que prometeu, isso não estaria acontecendo agora, no calor da campanha.

Ou seja, Neto ganha com a hora errada de o fato acontecer.

Integração com o metrô

Aliás, o edital para licitação das obras do BRT Lapa-Iguatemi só deve ser publicado no final de outubro no Diário Oficial do Município, mas a Prefeitura já está tocando o projeto. Ontem, o secretário Moysés Andrade Júnior (Casa Civil) visitou as obras da estação do metrô no Iguatemi, acompanhado de representantes da CCR. Foi falar sobre a integração dos dois sistemas:

— A integração está acertada e a estação já está sendo preparada com esse objetivo.

Turismo médico

Presidentes de entidades médicas locais aguardam com expectativa a presença do secretário José Alves (Turismo), na abertura hoje, no Hotel Deville (Itapuã), promovido pela Salvador Destination.

Os médicos querem ouvir do próprio secretário a data de abertura do Centro de Convenções e a reforma e climatização da área de exposição, no segundo piso.

Isto é, querem garantias para entrar em campo e trazer seus eventos para a cidade.

Os encontros médicos são tidos como o filé do turismo de eventos.

Aliado pleno

Mas o secretário José Alves irá hoje ao encontro dos médicos com a resposta na ponta da língua: o Centro de Convenções será reaberto em 15 de outubro, quando serão colocados os estandes para o Congresso Internacional de Odontologia, que acontece a partir de 2 de novembro.

— Eu vou me oferecer aos médicos para ir com eles ajudar a captar os eventos.

Novinhas em campanha

Prefeito de Madre de Deus e candidato à reeleição, Jeferson Andrade (DEM) se deu mal com uma incursão propagandística nas redes sociais. Postou um vídeo em que uma adolescente aparece rebolando com a frase: “As novinhas também são 25”.

Deu o maior arerê. “Novinhas” é uma definição que os sites pornôs usam para qualificar atrizes adolescentes.

Ele mandou tirar, mas o estrago está feito.

Manhãs infernais

Quarta e quinta, a Avenida Paralela, o principal canal de tráfego de Salvador, viveu manhãs infernais, com engarrafamentos quilométricos.

Anteontem foi o movimento dos taxistas contra o Uber e ontem foi uma blitz da polícia no Bonocô. A pergunta: o que será hoje?

Convém lembrar: a Paralela está se tornando o principal palco de manifestações na capital. Por uma razão, trava lá, trava a cidade.

Helder no Incra

Helder Almeida, ex-prefeito de Camaçari e principal guru da candidatura a prefeito do vereador Antônio Elinaldo (DEM), assumiu ontem a superintendência do Incra na Bahia. Promete ouvir os movimentos sociais, inclusive o MST.

Ele é do DEM e chegou lá com as bênçãos de ACM Neto.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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