Publicado em 23/12/2020 às 10h17.

Crivella e seu infeliz Natal: mais um mau exemplo do Rio para o Brasil

Algo como Satanás pregando quaresma

Levi Vasconcelos
Foto: Tomaz Silva/ Arquivo/ Agência Brasil
Foto: Tomaz Silva/ Arquivo/ Agência Brasil

 

Que final mais melancólico o de Marcelo Crivella na sua incursão política. Da pior forma, além de uma má gestão, saúde em frangalhos, servidores em atraso salarial, preso acusado de ser ladrão.

Sendo ele prefeito do Rio de Janeiro, dir-se-ia até que ele apenas faz parte do mix de corrupção que predomina na Cidade Maravilhosa, que de maravilha só tem hoje a concentração do maior número de corruptos per capta do Brasil, quiçá do mundo.

E Crivella já sabia disso. E meteu a mão sem dó, segundo a PF. Em novembro até tentou a reeleição, com apoio de Bolsonaro. Que pena, para ele, um bispo da Igreja Universal, às vésperas do Natal, deixa esse triste legado.

Sem ideologia

O que fica de bom nisso é a lição. O caso ilustra bem um detalhe que espelha o conjunto da sociedade brasileira pela banda podre: a questão política, seja lá o universo que for, a religiosa ou outra qualquer não influi nem contribui na questão principal, a moral.

Até Lula chegar ao poder, o senso comum ditava que os corruptos estavam na direita. Quando Lula chegou, viu-se que eles não estavam com a direita, estavam com o poder. E seduziu a esquerda.

Hoje temos corrupto de direita, de centro e de esquerda. Crivella escolheu ser mais um numa terra pródiga em bandidos. Prometer fazer tudo do bom e do melhor é da política, é a sublimação. Mas é aí que instala o império da demagogia, algo como Satanás pregando quaresma.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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