Publicado em 17/10/2019 às 11h35.

De nanico a partido grande, o PSL pulou de Bivar a Bolsonaro e viu aí céu e inferno

Resultado: para Bivar, o sonho do partido pequeno que ganhou a presidência acabou

Levi Vasconcelos
Foto: Agência Câmara
Foto: Agência Câmara

 

Abrir partido político no Brasil era um negociação até o ano passado, quando foi instituída a cláusula de barreira (exigência de votação mínima em nove estados). Quem inaugurava uma nova legenda, sem ter nem um voto sequer, de cara ganhava R$ 1 milhão por ano do Fundo Partidário e mais tempo de TV.

E com isso abria um imenso leque de negociatas. Ou melhor, segurava o dinheiro e vendiam apoios que significavam mais tempo de rádio e TV.

Foi embalado por esse cenário que o pernambucano Luciano Bivar (foto), ex-presidente do Sport Clube do Recife, inaugurou em 1998, 21 anos atrás portanto, o Partido Social Liberal, ou PSL. O próprio Bivar se elegeu então deputado federal.

Fim de sonho

Em 2014, o nanico PSL elegeu deputado federal José Maria Macedo Júnior, o Macedo, pelo Ceará. Na era Dilma-Temer, ganhou mais sete, mas deu o pulo do gato em 2018. Bolsonaro não teve legenda no PP, partido pelo qual foi deputado durante 26 anos, achou o pequeno PSL que na onda, acabou elegendo 52 deputados ano passado.

Óbvio que o partido não cresceu. Inchou. O grosso dos eleitos só tinha um ponto de identidade: xingar Lula e o PT pelas redes sociais. No embalo, Bivar conseguiu o seu segundo mandato de deputado federal após ter passado o tempo inteiro só como dono. Tinha tudo para dar errado. E deu. No jogo político propriamente dito, virou uma Babel.

Bolsonaro ameaça deixar a legenda, a PF entrou na casa de Bivar atrás de provas por fraudes com dinheiro das candidaturas femininas, o Fundo Partidário é de R$ 111 milhões, os 20 de Bolsonaro não querem largar e nem os de Bivar.

Resultado: para Bivar, o sonho do partido pequeno que ganhou a presidência acabou. E a base de Bolsonaro, que quase já não existe, é toda emprestada, implode.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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