Publicado em 01/03/2016 às 10h29.

Deputados batem boca; petista diz que Lula vai concorrer em 2018

Os parlamentares, colegas da AL-BA, tiveram uma discussão acalorada sobre qual partido é o mais corrupto

João Brandão
(Foto: Evilásio Junior / bahia.ba)
Debate entre os deputados estaduais Pablo Barrozo (DEM), à esquerda, e Marcelino Galo (PT) (Foto: Evilásio Junior / bahia.ba)

 

A discussão política ficou acalorada no estúdio da Rádio Vida FM 106,1, na manhã desta terça-feira (1°). Os deputados estaduais Pablo Barrozo (DEM-BA) e Marcelino Galo (PT-BA) bateram boca sobre qual partido é o mais corrupto durante o programa Uziel Tá na Área, com Evilásio Junior – mesmo com as críticas dos interlocutores ao jogo de empurra-empurra que situação e oposição fazem com assuntos de serviços públicos essenciais à população.

A primeira pauta do debate foi sobre o troca-troca no Ministério da Justiça, no qual José Eduardo Cardozo foi substituído pelo baiano Wellington Cesar Lima e Silva. Para o petista, a mudança foi positiva. “O ministro estava cansado. Agora vem uma pessoa com capacidade grande do ponto de vista jurídico, tem todas as prerrogativas para fazer grande gestão ao lado de [Jaques, ministro-chefe da Casa Civil] Wagner”, opinou. Quem também elogiou o promotor foi o democrata, mas disse que Wellington não ajudará em nada o estado. “Ele tem preparo jurídico, foi uma escolha técnica. Desejo que faça um bom trabalho. Acredito na sua pessoa, mas, sinceramente, ser ministro do governo federal, à beira de acabar, não traz benefício para a Bahia”, apontou.

Fantástico – Questionado sobre a declaração do secretário de Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, que negou a existência de crise em sua área, durante matéria do programa Fantástico, da Rede Globo, Marcelino criticou o que chamou de “mistificação” da reportagem, pois não mencionou a participação da prefeitura, só a do governo. “O povo elegeu o governador e o prefeito, que são duas instâncias que têm que dialogar administrativamente. Os governos estadual, federal e municipal estão ligados constitucionalmente. A matéria mistura. Não separa a obrigação de quem é de fato. A prefeitura tem suas obrigações, o governo tem as dela. Ao invés do ‘ataca-ataca’, temos que fazer o ‘ganha-ganha’. Temos que reconhecer que é um ponto fundamental. Se deveria discutir isso de forma compartilhada. Cada um cumprindo sua obrigação constitucional. Foi uma matéria mal feita, faz muita mistificação”, repreendeu.

(Foto: Evilásio Junior / bahia.ba)
Deputado Marcelino Galo (PT) (Foto: Evilásio Junior / bahia.ba)

 

“Sabemos que desde que nos entendemos por gente que existe [problema na saúde]. Quem sabe um dia nós vamos acabar com esse problema. Mas quando o prefeito de Salvador, ACM Neto, assumiu tinha apenas 18% de atenção básica, agora tem 50%. Tinha só uma UPA [Unidade de Pronto Atendimento], hoje são seis UPAs. O Hospital Municipal de Cajazeiras até maio deve começar a ser construído. O município é o que recebe menos. A repórter Cristina Serra [da Rede Globo, que fez a reportagem sobre a precarização da saúde na Bahia] esteve com o secretário municipal de Saúde, José Antônio Rodrigues Alves, em três postos. De fato, estavam cheios, mas todos estavam sendo atendidos”, rebateu.

Bate-boca – O clima esquentou quando Pablo atacou o governo da presidente Dilma Rousseff e, ao defender o impeachment, questionou se houve golpe com os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Fernando Collor, quando o PT pediu o afastamento de ambos do cargo. “O DEM tem coerência nas suas ações. Não apoiamos esse governo e somos oposição. Não foi golpe quando queriam que FHC fosse afastado? O impeachment de Collor não foi golpe, né? As 40 pessoas que cercavam Lula e agora cercam Dilma estão presas. Infelizmente, é difícil acreditar que eles estão lá sem saber de nada. O impeachment é um direito legal a quem não tem condições de governar. O Brasil não tem respeito dos brasileiros, imagina lá fora. Dilma foi eleita com dinheiro sujo e continua no governo”, acusou. O democrata citou ainda os casos de corrupção protagonizados pelo ex-senador Demóstenes Torres (GO) e o ex-governador do Distrito Federal José Arruda, para argumentar que “os presos ou os que provaram ilegalidade” foram expulsos do seu partido, o que não aconteceu com o PT. “Infelizmente, em Brasília, se instalou uma quadrilha que tem afundado o país. As pessoas estão sentido o peso da mudança”, declarou, ao completar que a mudança no Ministério da Saúde, comandado pelo peemedebista Marcelo Castro, se deu para acomodar o PMDB e ganhar votos da legenda no Congresso.

(Foto: Evilásio Junior / bahia.ba)
Deputado Pablo Barrozo (DEM) (Foto: Evilásio Junior / bahia.ba)

 

A palavra “quadrilha” fez o petista se irritar. “O partido mais corrupto é o Democratas, que tem a maior quantidade de cassados por improbidade administrativa. São números. O deputado é incoerente e injusto com o PMDB, que é aliado dele aqui [na Bahia]. Principal aliado do prefeito ACM Neto, e o deputado falando do ministro do PMDB por causa do governo Dilma. Eu respeito o senhor, mas é uma falta de respeito. Não pode acusar de quadrilha, pois seu partido tem muito ladrão. Os que não estão presos é porque a polícia foi seletiva. A oposição está fora do governo, pois o povo tirou, e não vai voltar com golpe porque não vamos deixar”, disse.

Marcelino ainda afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se candidatar em 2018. “Nossa liderança vai voltar e comandar esse país porque foi projeto que melhorou a vida dos trabalhadores. Esse povo [oposição] não gosta de pobre, não gosta de preto”, afirmou. Pablo não perdeu a oportunidade de contra-argumentar. “Seria cômico se não fosse trágico. Tentam misturar como se fossem iguais. Existe, sim, uma quadrilha. A PF está prendendo essa quadrilha. O deputado falta com a verdade quando fala que o DEM é o partido mais corrupto, porque os políticos foram presos ou algo parecido. Ele [Marcelino] está alterado porque o fim dessa quadrilha está próximo, elegeram postes Rui Costa e Jaques Wagner que afundam o nosso estado em uma má administração. Eles elegem aqui por causa dessa forma de prometer Ferrovia Oeste-Leste, ponte Salvador-Itaparica, o diabo a quatro. A população não quer saber disso”, concluiu.

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