Publicado em 28/06/2016 às 08h35.

Dilma acredita em ‘maior sensibilidade do Senado’ para voltar à presidência

Segundo a presidente afastada, as razões que levaram ao processo do impeachment também são infundadas

João Brandão
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

 

A presidente afastada Dilma Rousseff (PT), em entrevista à Rádio Metrópole, nesta terça-feira (28), disse acreditar na sua volta ao comando do país.

“Vejo que, por parte dos senadores, há uma sensibilidade maior. Há um descalabro no governo interino. Além disso, está ficando mais claro – quase cristalino –, que as razões que levaram ao processo do impeachment são infundadas. Veja você, a junta pericial do Senado chegou a duas conclusões: a primeira é que não houve qualquer participação minha nas ações referentes ao Plano Safra. A segunda, que não fui informada das supostas incompatibilidades dos decretos em razão da meta fiscal. Ou seja, está eliminada qualquer dúvida a respeito dos fatos. Não há dolo, não há crime”, afirmou.

Ela também comentou o encontro entre o presidente interino Michel Temer (PMDB) e o chefe afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), no último domingo (26). “Não foi sobre futebol que se encontraram. Isso mostra a fragilidade do governo”, cutucou.

Deterioração – A petista analisou o cenário da política brasileira. “Acho que qualquer cidadão […] que assumir o governo do país, tem que responder como vai governar. O que fica claro é que as condições políticas no Brasil estão em processo acelerado de deterioração, principalmente no plano federal. Você tem de um lado um presidente suspenso da Câmara dos Deputados. O interino [Waldir Maranhão] não consegue governar sem conversar com o presidente, que o Supremo Tribunal Federal (STF) já denunciou por unanimidade duas vezes”, disse.

Mea culpa – Dilma admitiu que poderia ter divulgado o que ela chama de “golpe” há muito tempo e voltou a acusar parte da imprensa como responsável pelo seu afastamento.

“Poderíamos ter sido mais contundentes, até para denunciar a existência de um golpe, que articulava uma parte da mídia, segmento empresarial, segmentos da oposição e os golpistas. Um setor importante da mídia contribuiu [para o afastamento]. Você tem uma parte da mídia controlada por poucas famílias e que não informam”, opinou.

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