Publicado em 28/03/2017 às 11h22.

Dirceu critica Moro por manter sua prisão desde 2015

Por carta, o ex-ministro condena os métodos do juiz e diz estar há três anos impedido de ter renda própria e com os bens bloqueados

Redação
Foto: Ed Ferreira/Estadão Conteúdo
Foto: Ed Ferreira/Estadão Conteúdo

 

Em carta publicada nesta segunda-feira (27) pelo blog Nocaute, do escritor Fernando Morais, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, preso desde agosto de 2015 por suposto envolvimento com o esquema de desvios na Petrobras investigado pela Lava Jato, condenou os métodos do juiz Sérgio Moro, responsável pela operação. No texto, ele diz estar há três anos sem renda própria e com os bens indisponíveis.

O petista alega que Moro contraria o entendimento de tribunais superiores e “age contra a Constituição” ao prorrogar indefinidamente a sua prisão preventiva, uma vez que o próprio magistrado já o condenou a mais de 30 anos de cadeia em dois processos, e o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os réus podem responder em liberdade até que sejam condenados em segunda instância. Conforme Dirceu, o juiz “ignora o princípio da presunção de inocência”.

“Ora, minha condenação no processo Engevix-Petrobras não transitou em julgado, logo tenho a presunção da inocência, não a culpabilidade. Ou Moro já a revogou? Mas Moro vai mais longe. Diz que ‘o produto do crime não foi recuperado, há outras investigações em andamento e ainda não foi determinada a extensão de minhas atividades’!!! Então Moro já me condena sem sequer ter me investigado?”, questiona.

O ex-ministro argumenta que ministros do STF têm dado votos favoráveis ao uso de tornozeleira eletrônica e defendido que a prisão cautelar se aplica “só em último caso”. Na carta ele faz ainda uma breve referência a sua vida privada, ao dizer que não tem fonte de renda desde que foi preso: “Todos os meus bens estão sequestrados e arrestados e – com exceção de dois – confiscados”, diz o petista.

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