Publicado em 10/08/2020 às 15h46.

E no Brasil, a guerra à Covid virou zorra total: cada um faz o que quer

E o pior: tirando a vacina, não há luz no horizonte

Levi Vasconcelos
Foto Ravena Rosa/Agência Brasil
Foto Ravena Rosa/Agência Brasil

 

A média diária de mortes por Covid no Brasil é de 1.019, o equivalente a sete vezes o número de gente que morreu na explosão em Beirute, no Líbano, que comoveu o mundo. Já passamos de 101 mil mortos. Na Bahia, é uma média diária de 50 mortos de um total de 3.843. E o pior: no painel nacional e no estadual, os números ruins só crescem.

Estatísticas refletem realidades pulverizadas. Se fosse possível transformar em imagens a vastidão da tragédia, veríamos que 100 mil pessoas equivalem a cidades como Eunápolis, Santo Antonio de Jesus e Valença. Só a média diária baiana já seria assustadora: imagine 50 corpos encaixotados e enfileirados.

Se esse é o cenário e os cientistas dizem que não é hora de relaxar o isolamento, por que de ponta a ponta só se fala em flexibilizar, abrir comércio, escolas e afins? Simples. Descontrole (leia-se desgoverno).

Babel

Cientistas dizem majoritariamente que faltou uma coordenação nacional. De saída, Bolsonaro debochou da Covid. Chamou de ‘gripezinha’.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, viu o sinal, baixou a decisão: governadores e prefeitos são os detentores da autoridade. Deu no que deu, a Torre de Babel se instalou. Um faz de uma forma, outro de outra, e, às vezes, a Justiça desfaz tudo.

No mundo inteiro a Covid chegou ao pico em 50 dias, e daí começou a cair. No Brasil, já se vão 141 dias hoje que o coronavírus vem matando gente e CNPJs sem que haja uma luz no horizonte.

E ficamos nisso: até a vacina, seja o que Deus quiser.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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