Publicado em 19/09/2016 às 09h45.

E qual é o legado olímpico? Para o PT, derrota. O resto é espera

Se algo vai mudar, estamos no aguardo. Ainda

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“A experiência é um troféu composto por todas as armas que nos feriram”

Marco Aurélio, imperador romano (121-180)

(Foto: Ricardo Stuckert/ABR).
(Foto: Ricardo Stuckert/ABR).

 

Lula ganhou o direito de ver o Brasil sediar os Jogos Olímpicos em 2009, quando tudo eram sorrisos. A economia ia de vento em popa, ele ostentava altos índices de popularidade, nem se sonhava com Lava Jato.

Os Jogos Olímpicos aconteceram num contexto totalmente adverso. O país em crise econômica, a presidente Dilma à beira de sofrer o impeachment, se lamuriando por ter feito a organização e não ter sido convidada, a era do PT no poder agonizando e o próprio Lula bombardeado pela Lava Jato.

Óbvio que o PT começou bem e acabou mal. E o Brasil, qual é o legado?

Mostrou ao mundo que sabe organizar festa e, por incrível que pareça – segundo estudo feito pela Universidade de Oxford, da Inglaterra, que analisou as últimas 15 edições olímpicas -, a um custo mais baixo que os Jogos de Londres: R$ 38.258,6 bilhões contra R$ 72,5 bilhões.

Discute-se se valeu a pena gastar essa dinheirama para fazer festa num momento de crise. E também o acobertamento dos nossos graves problemas de segurança, que exigiu a movimentação de um aparato de guerra.

Mas se algum legado de bom vai ficar, só o tempo dirá. O Rio, a sede, com certeza ganhou. No resto do país, é difícil avaliar. Até porque, os nossos medalhistas mostraram que suas vitórias são mais fruto de dedicação pessoal do que de políticas de Estado.

Se algo vai mudar, estamos na espera. Ainda.

Com Meirelles

Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, reuniu-se com os deputados baianos Benito Gama (PTB) e José Carlos Aleluia (DEM) para botar na mesa as suas convicções para tirar a economia do país do buraco.

O xis da questão, segundo ele: aprovar a PEC que limita os gastos do governo.

A tal PEC inclui as reformas da Previdência, trabalhista e cortes em saúde e educação, dois assuntos polêmicos.

Óbvio que o rebuliço vai embalar os partidários do “Fora Temer”. Mas, diz Benito, o apelo do governo é forte: gerar empregos.

— A ideia é construir novos parâmetros e corrigir os desvios. Imagine você que Brasília tem 40 mil pescadores se beneficiando do defeso e lá só existe o Lago Paranoá, onde não se pesca uma piaba.

Anzol curto

E nessa de enxugar a máquina estatal em alguns segmentos, enxugaram tanto que deixaram no osso.

Raimundo Costa, presidente da Federação Bahiana dos Pescadores, diz que a extinção do Ministério da Pesca cortou além da conta:

— Deixou na Bahia um único funcionário para atender 300 mil pescadores. Pode?

Óbvio ululante

Ele próprio pivô de uma intensa pendenga com a Vivo (clonaram o telefone dele de Salvador no Rio), o senador Otto Alencar vê, com ironia, o TCU constatar que a Anatel “não faz uma fiscalização eficiente das operadoras de telefonia celular”.

— O TCU descobriu a pólvora.

Otto diz que o problema é estrutural, o excesso de centralização federal:

— Como meia dúzia de burocratas da Anatel pode, de Brasília, fiscalizar o Brasil inteiro? Assim é com portos, aeroportos e todos os segmentos. Bem mais fácil seria encarregar os estados disso.

A hora do Prodetur 1

O secretário José Alves (Turismo) espera começar a investir ainda este ano os US$ 84,7 milhões do Prodetur para a Baía de Todos-os -Santos, projeto que vai abranger Salvador e mais 17 municípios do entorno.

O dinheiro vem do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), via governo federal, com a participação do governo baiano. Está sendo gestado desde o governo de Jaques Wagner, mas sofreu uma série de contratempos. Ao que tudo indica, agora vai.

A hora do Prodetur 2

Segundo Zé Alves, o BID exige uma empresa gerenciadora, já em ação, e também todos os estudos de impacto socioeconômico na área de abrangência.

— Estamos concluindo todo o processo.

Além das obras de infraestrutura náutica, haverá cursos de qualificação para empresários e trabalhadores.

O Doido

Candidato a prefeito de Candeias em 2000, quando estreou na política, o deputado Sargento Isidório usou o jingle O Doido, que dizia:

Vote no Doido meu irmão

Ele vai baixar o preço do gás

E também o preço do pão

Mas se nada disso ele fizer

É melhor votar em doido

Do que votar em ladrão

Agora candidato em Salvador, adotou o mesmíssimo jingle, à base de gás e pão.

Não subestime. Em Candeias ele teve 20% dos votos, contra 41,6% de Tonha Magalhães, a vencedora de então, e 38,1% de Maria Maia.

Fé em Dilma

A terceira rodada da pesquisa Ibope/TV Bahia sai nesta segunda. A expectativa do entorno de Alice Portugal é grande. Até onde ela cresceu, se é que cresceu, eis a questão.

Outros dizem que a arrancada mesmo se dará quinta, quando Dilma e Lula estarão em Salvador para ajudá-la.

Marcelo Nilo (PSL), presidente da Assembleia e dono do Datanilo, diz que na Bahia, Lula é absoluto, com 60%, no mínimo.

Aposta ecológica

Eleito pelo PV, de onde saiu por ter apoiado primeiro Jaques Wagner e depois Rui Costa, hoje no PSB, o deputado Marquinho Viana aprovou projeto de lei daqueles tidos pelos colegas como “incumpríveis”: obriga o governo a usar o asfalto ecológico em todos os programas para as rodovias baianas.

O que ele chama de asfalto ecológico é aquele que usa na composição borracha reciclada de pneus velhos e similares.

O projeto está no bolo daqueles que a Assembleia aprovou e o governo não ligou, não sancionou e nem vetou.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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