Edinho Silva: ‘Governo tem que mostrar que está governando’
Em resposta a críticas de que a presidente Dilma fez autopromoção na fala em defesa de Lula, ministro diz que governo e PT têm estratégias diferentes de comunicação
O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, afirmou nesta segunda-feira (7), que, após os eventos da semana passada, a estratégia de comunicação do governo é “mostrar que está governando” e que é uma preocupação diferente daquela do PT neste momento. “O governo tem uma estratégia, o partido tem outra estratégia”, afirmou.
“O governo tem que continuar mostrando o que está fazendo, que está governando diante da crise política que estamos enfrentando Mesmo diante de todas as dificuldades, o governo continua trabalhando, continua desempenhando seu papel. A presidenta (sic) está hoje anunciando Minha Casa, Minha Vida, esta semana teremos outros anúncios. É isso, o governo tem que continuar governando o país”, disse a jornalistas ao deixar o Instituto Lula, em São Paulo.
A presidente Dilma Rousseff entregou nesta manhã unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida em Caxias do Sul (RS).
Edinho disse que veio a São Paulo apenas para manifestar sua “solidariedade pessoal” a Lula, depois de ter participado de manifestações favoráveis ao ex-presidente na capital paulista na semana passada. “Eu vim só dar um abraço nele. Ele está bem, animado, bem disposto”, relatou. Edinho não soube informar se Lula ainda irá a Brasília nesta semana para se encontrar com a presidente Dilma.
O ministro evitou polêmicas. Sobre a especulação de que militantes petistas teriam ficado chateados com a fala de Dilma na sexta, Edinho disse que a militância tem o direito de se manifestar. Alguns petistas teriam reclamado que Dilma usou a fala em defesa de Lula também para promover e defender o seu governo.
“A militância está correta em se manifestar. Evidente que o papel da presidenta (sic) é um outro papel, mas, repito, a fala dela foi uma fala de balanço (do governo) e ela inicia a fala falando do presidente Lula”, defendeu.
Edinho também rebateu as especulações de que o governo ou o próprio ex-ministro da Justiça Eduardo Cardozo poderiam estar por trás do vazamento das tratativas para a delação premiada do senador Delcídio Amaral. O interesse estaria em invalidar juridicamente a delação do senador por meio do vazamento. “Não acredito nisso, ao contrário, uma das pessoas mais atingidas com a matéria da IstoÉ foi o ministro Cardozo.”
Na quinta-feira (3), a revista IstoÉ trouxe o suposto conteúdo da delação de Delcídio. O senador citaria Lula e suposta articulação de Dilma para atrapalhar o andamento da Operação Lava Jato. Na sexta, a 24ª fase da operação foi deflagrada e Lula foi levado à força a depor.
Manifestações – Edinho minimizou o impulso que as manifestações pró-impeachment podem ganhar no domingo (13), depois de a Lava Jato ter oficialmente chegado ao ex-presidente Lula. O ministro repetiu o mantra de que o Brasil é um país democrático e que todos têm direito à livre manifestação.
“Independentemente do tamanho da manifestação, a questão do impeachment é jurídica. Não há nenhum fato jurídico que tenha respaldo na Constituição que justifique o pedido de impeachment”, afirmou.
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