Publicado em 16/01/2016 às 11h39.

Editorial: Sobre Ivete Sangalo e Bell, a bem da verdade

Informação foi passada aos jornalistas Evilásio Júnior e Rodrigo Aguiar por fonte categorizada do governo

Levi Vasconcelos
Foto: Fábio Cunha/ Divulgação
Foto: Fábio Cunha/ Divulgação

 

No rastro das intrigas que marcam o jogo de gato e rato entre Rui Costa e ACM Neto, a notícia de que o governo iria desembolsar R$ 840 mil para bancar o desfile de Ivete Sangalo e Bell Marques, sem cordas, no carnaval seria “plantação”. Não é verdade. Ora, foi o próprio Rui Costa quem anunciou, no Twitter, que Ivete e Bell desfilariam sem cordas. Nada mais natural, do ponto de vista jornalístico, querer saber quanto a brincadeira custaria, já que trata-se de dinheiro público.

A resposta para tal indagação foi passada aos jornalistas Evilásio Júnior e Rodrigo Aguiar por fonte categorizada do governo. Se tal informação é pertinente ou não, é outro caso. O fato é que julgamos tal fonte credenciada e demos fé.

Se erro houve de nossa parte, se deu por outro viés. Manda o bom jornalismo que quando nos passam informações em off, convém certificar-se da veracidade dela e providenciar os meios para garanti-la em qualquer fórum, sempre levando em conta o essencial, o interesse público.

Notícias em off existem. Em tais casos, se ela tem potencial para gerar rebuliço, cabe ao jornalista certificar-se da veracidade e buscar os meios de fazer a prova, já que não somos obrigados a dizer quem disse e sim provar o que se diz. Se não conseguirmos, despreza-se tudo. É tal procedimento que nos vacina contra a possibilidade de fazermos o papel de joguete, marionete e similares.

No caso em apreço, o interesse público é óbvio. O que não imaginamos, e aí está o erro, é que a notícia teria o potencial de jogar lenha nas querelas entre Rui e Neto. Jogou. E segundo a interpretação de alguns, teria sido “plantada” com o propósito de causar problemas para o governo.

É aí que não dá para engolir. Nem eu, nem Evilásio, nem Rodrigo e nem os companheiros do bahia.ba, nos prestamos a tal papel. Não estamos e nem estaremos jamais a inventar, forjar ou manipular noticias a serviço dos caprichos de quem quer que seja. Até porque, entendemos comportamentos tais como coisas de capachos. E nós somos jornalistas.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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