Publicado em 24/03/2016 às 16h00.

‘Não sou uma mulher fraca’, diz Dilma à imprensa estrangeira

Em entrevista a jornalistas estrangeiros, a presidente disse que tentativa de afastá-la da Presidência é golpe

Redação
Foto: Roberto Stuckert Filho/ PR/ EBC
Foto: Roberto Stuckert Filho/ PR/ EBC

 

Em entrevista concedida nesta quinta-feira (24) a correspondentes de jornais de seis países para falar sobre a crise política e econômica brasileira, a presidente Dilma Rousseff (PT) voltou a classificar como “golpe” o processo de impeachment que busca afastá-la da Presidência. A entrevista, concedida a repórteres dos jornais “Die Zeit” (Alemanha), “The New York Times” (Estados Unidos), “El País” (Espanha), “The Guardian” (Inglaterra), “Le Monde” (França) e “Página 12” (Argentina), durou cerca de duas horas.

A atual crise política brasileira tem chamado a atenção da imprensa internacional. Nas últimas semanas, o Brasil foi tema de reportagens e editoriais de quase todos os veículos estrangeiros.

A mais recente edição da revista britânica “The Economist” traz um editorial sobre o Brasil com o título Time to Go (Hora de partir), em referência à  situação política de Dilma Rousseff.  A revista do Reino Unido diz que a presidente brasileira “perdeu o que lhe sobrava de credibilidade” com a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o comando da Casa Civil.

Conforme relatou o jornalista o repórter Thomas Fischermann, do correspondente do jornal alemão “Die Zeit”, a presidente dito que é um golpe diferente do que ocorreu na ditadura militar, mas é um golpe”. “Mas ela está otimista em superar a crise e em reconquistar a opinião pública”, completou o alemão, acrescentando que parte da entrevista foi dedicada à crise econômica brasileira.

“Me surpreendeu que a presidente apresentou vários dados sobre a economia e comentou cada ponto. Não imaginaria que a Angela Merkel [chefe de estado da Alemanha] falasse com tantos detalhes”, enfatizou o repórter do jornal alemão.

Segundo Claire Gatinois, repórter do “Le Monde”, ao comentar o impeachment, a presidente disse que o processo “não tem fundamentos legais”.
“Ela abordou todos os pontos do processo e disse que ele não tem fundamentos legais”, afirmou a repórter da França.

Jaques Wagner – Na quarta-feira (23), o chefe de gabinete da Presidência, Jaques Wagner, também deu entrevista a correspondentes estrangeiros no Rio de Janeiro. Na conversa, de acordo com o jornal espanhol “El País”, o ex-ministro da Casa Civil criticou a imprensa brasileira e disse que existe uma “cobertura descompassada” da mídia.

Na entrevista, Wagner também voltou a chamar de “golpe” o processo de impeachment em curso no Congresso Nacional. Segundo destacou o chefe de gabinete da presidente Dilma, se o impeachment prosperar, o sucessor da petista, no caso o vice-presidente da República, Michel Temer, não terá legitimidade popular para governar. “O impeachment não é solução de nada, é agravamento da crise”, enfatizou Wagner ao jornal espanhol. (Com informações do G1)

 

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