Publicado em 12/05/2016 às 18h31.

Empossado, Temer promete salvação nacional e menciona Dilma

Presidente em exercício garantiu que vai reestruturar a economia, aprimorar os programas sociais e direitos trabalhistas, além de prosseguir com a Lava Jato

Hieros Vasconcelos
(Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
(Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

 

O presidente em exercício do Brasil, Michel Temer (PMDB), realizou o seu primeiro pronunciamento oficial na tarde desta quinta-feira (12), após a cerimônia de posse dos novos ministros, que irão ocupar os cargos inicialmente por até 180 dias, prazo máximo para ocorrer o julgamento do impeachment de Dilma Rousseff (PT) no Senado.

Em seu longo discurso, Temer não citou os erros do governo petista, mas fez questão de ressaltar os “consertos” que promete fazer para restabelecer o país financeiramente e reduzir o desemprego, que, segundo ele, foi o maior da história do Brasil. Também reforçou que vai compartilhar com a iniciativa privada diversas ações, porque “o cidadão só terá emprego se a indústria, o comércio e atividade de serviços estiverem caminhando bem”.

Em uma discreta referência às acusações do PT, de que com sua posse os direitos trabalhistas seriam diminuídos, o presidente em exercício afirmou que vai prestigiar e aprimorar o que deu certo no país. “Expresso portanto nossos compromissos com essas reformas. Mas quero fazer uma observação: nenhuma dessas reformas alterará os direitos adquiridos pelos cidadãos brasileiros”, afirmou, ao acrescentar que para retomar a credibilidade e garantir a empregabilidade será necessário dar continuidade aos programas sociais já estabelecidos e aprimorar a gestão deles.

“De outro lado um projeto que garanta a empregabilidade exige a aplicação e consolidação de projetos sociais, e sabemos todos, que o Brasil lamentavelmente ainda é um país pobre. Portanto, reafirmo, e o faço em letras garrafais, vamos manter os programas sociais, como o Bolsa Família, o Pronatec, o Fies, o Prouni, Minha Casa, Minha Vida, entre outros. São projetos que deram certo e terão sua gestão aprimorada”, declarou.

Sobre a Lava Jato, prometeu dar proteção e prosseguimento às investigações da operação para que a moral pública seja restabelecida por meio dos instrumentos de controle. “Nesse contexto, digo que a Lava Jato se tornou referência e deve ter prosseguimento e proteção contra qualquer iniciativa de enfraquecê-la”, disse. Em um curto momento, Michel Temer cumprimentou Dilma Rousseff e disse ter “respeito institucional por ela”. “Não discuto as razões pelas quais ela foi afastada. Quero apenas sublinhar a importância do respeito às instituições e a observância na liturgia no trato das questões institucionais”, disse.

Agronegócio – Aplaudido, e sob gritos de “Michel, Michel”, o peemedebista disse que pretende resgatar a credibilidade do Brasil internacionalmente para que empresários dos setores da indústria, do serviço e do agronegócio voltem a retomar a segurança com seus investimentos. “Teremos de incentivar de maneira significativa as parcerias público-privadas,na medida em que esse instrumento poderá gerar emprego no país. Sabemos que o Estado não pode tudo fazer, depende da atuação dos setores produtivos. Empregadores de um lado, e trabalhadores de outro. São estes dois polos que irão criar a nossa prosperidade”, avaliou.

Michel Temer terminou o seu discurso com agradecimento aos presentes, pedido de confiança e com a mensagem de que deseja “a todos um bom Brasil”.

Veja a lista dos ministros empossados nesta quinta-feira (12):

Gilberto Kassab, ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (presidente nacional do PSD-SP)

Raul Jungmann, ministro da Defesa (suplente de deputado federal do PPS-PE)

Romero Jucá, Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (senador do PMDB-RR)

Geddel Vieira Lima, ministro-chefe da Secretaria de Governo (presidente do PMDB-BA)

Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (general do Exército)

Bruno Araújo, ministro das Cidades (deputado federal do PSDB-PE)

Blairo Maggi, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (senador do PP-GO)

Henrique Meirelles, ministro da Fazenda (economista indicado pelo PSD-SP)

Mendonça Filho, ministro da Educação e Cultura (deputado federal do DEM-PE)

Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil (PMDB-RS)

Osmar Terra, ministro do Desenvolvimento Social e Agrário (deputado federal do PMDB-RS)

Leonardo Picciani, ministro do Esporte (deputado federal do PMDB-RJ)

Ricardo Barros, ministro da Saúde (deputado federal do PP-PR)

José Sarney Filho, ministro do Meio Ambiente (deputado federal do PV-MA)

Henrique Eduardo Alves, ministro do Turismo (deputado federal do PMDB-RN)

José Serra, ministro das Relações Exteriores (senador do PSDB-SP)

Ronaldo Nogueira de Oliveira, ministro do Trabalho (deputado federal do PTB-RS)

Alexandre de Moraes, ministro da Justiça e Cidadania (PSDB-SP)

Mauricio Quintella Lessa, ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil (deputado federal do PR-AL)

Fabiano Augusto Martins Silveira, ministro da Fiscalização, Transparência e Controle [ex-CGU] (conselheiro do CNJ)

Fábio Medina Osório, Advogacia-Geral da União

Marcos Pereira, ministro da Indústria e Comércio (presidente nacional do PRB-ES)

Helder Barbalho, ministro da Integração Nacional (PMDB-PA)

Fernando Coelho, ministro das Minas e Energia (deputado federal do PSB-PE)

Ilan Goldfajin, Banco Central.

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