Publicado em 02/02/2016 às 11h26.

Em tom de campanha, Neto bate no governo e exalta a própria gestão

Prefeito se exaltou em vários momentos e não perdeu a chance de provocar o Estado via comparação de realizações

Evilasio Junior
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ bahia.ba
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ bahia.ba

 

Com um discurso bem mais político do que o apresentado pelo governador Rui Costa (PT) na mensagem do Executivo ao Legislativo, o prefeito ACM Neto (DEM) não poupou críticas aos governos federal e estadual, na manhã desta terça-feira (2), na Câmara Municipal de Salvador. Como se estivesse em um palanque, o gestor iniciou a sua fala aos vereadores com citação aos escândalos em Brasília e disse que 2015 foi “marcado pela corrupção e inflação”. “Enquanto a recessão parou o país, Salvador avançou. Em 2012, assumi com a população o compromisso de só prometer o que pudesse cumprir. Tudo o que prometi na campanha foi cumprido ou está em andamento”, afirmou o democrata.

Um dos exemplos citados pelo gestor foi a ampliação do acesso das crianças às creches municipais. “Salvador tinha a pior assistência básica do país. Hoje é a que mais cresce. Não com propaganda, com trabalho”, alfinetou, ao rebater as críticas dos opositores ao setor da educação. “Talvez as autoridades estaduais estejam desatualizadas quanto a isso, com informações do passado”, completou. Em relação às encostas, o prefeito, que esteve em recente disputa com o governador para ver quem entregava mais obras, após as chuvas do ano passado causarem mais de 20 mortes, voltou a provocar o Estado. “Nunca o Município fez tanto pelas vítimas da chuva. E com recursos próprios”, assinalou, ao admitir que “o ideal seria realocar todas as pessoas que vivem em áreas de risco, mas isso ainda não é possível”.

Sobre o atendimento à população mais pobre, ACM Neto também citou o Programa Morar Melhor que, segundo ele, “virou uma coqueluche na cidade”: “Todos os bairros querem o programa”. Criticado por derrubar árvores em algumas áreas da capital baiana, o democrata se defendeu, ao afirmar que cerca de 42,5 mil mudas já foram plantadas, mas reconheceu que “Salvador precisa de mais parques, mais verde”.

Ao falar da crise econômica, o gestor fez uma previsão desanimadora. “Dois mil e dezesseis será um ano duro. Tende a ser o mais difícil das duas últimas décadas. Há uma sombria expectativa de piora. A cidade vem perdendo arrecadação e transferências da União. Teremos que contar com a compreensão dos servidores e prestadores de serviço. Mas não vou comprometer o equilíbrio fiscal por nada, mesmo sendo um ano eleitoral. O equilíbrio financeiro é nossa maior conquista e o legado que deixaremos para a cidade”, ressaltou, ao anunciar o fim da dívida do Município com o governo federal.

Por fim, ACM Neto subiu o tom e, como se estivesse em campanha, afirmou que “muitos políticos se promoveram às custas do declínio de Salvador, que voltou a nos orgulhar”.

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