‘Fico me perguntando por que não reagi’, diz Anielle Franco sobre assédio sexual
Ministra da Igualdade Racial afirmou ainda que tentou acreditar que o caso "não era real" e desejava que as importunações cessassem

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, resolveu falar, pela primeira vez, sobre as denúncias de assédio sexual envolvendo o ex-ministro Silvio Almeida, que foi demitido do cargo no dia 6 de setembro.
A titular da pasta afirmou, em entrevista à revista Veja, que se questionou sobre o seu silêncio e falta de reação diante do ocorrido. Segundo ela, os comportamentos inadequados do então ministro começaram em dezembro de 2022, durante a transição de governo.
“Fico me perguntando o tempo todo por que não reagi na hora, por que não denunciei imediatamente, por que fiquei paralisada. Me culpei muito pela falta de reação imediata, e essas dúvidas ficaram me assombrando”, afirmou a ministra.
Ao perceber a importunação, Anielle contou que chamou Almeida para conversar e falou sobre o seu incômodo com a ação. O ministro, então, se desculpou com a colega, mas ao se despedir, sussurrou uma frase chula no ouvido dela.
“Eu o conhecia pela sua trajetória acadêmica. Não tínhamos nenhuma relação profissional até a transição do governo, em dezembro de 2022. Ali começaram as atitudes inconvenientes, que foram aumentando ao longo dos meses até chegar à importunação sexual. Por um tempo, quis acreditar que estava enganada, que não era real, até entender e cair a ficha sobre o que estava acontecendo. Fiquei sem dormir várias noites. Eu só queria trabalhar, focar na missão, no propósito e em toda a responsabilidade que se tem quando se assume um cargo como o meu. Mas não conseguia”, disse a ministra, em resposta à Veja.
A irmã da vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada em março de 2018, ainda disse que se calou sobre a situação por “medo”.
“Eu não queria a minha vida exposta e atravessada mais uma vez pela violência. Sou muito mais do que isso e me orgulho da minha trajetória. Só queria que aquilo parasse de acontecer. Como uma pessoa que sempre teve muita fé, acreditava que em algum momento aquilo acabaria e eu conseguiria seguir a minha vida”.
“Me senti mais vulnerável ainda. Fiquei em silêncio porque tudo aquilo era muito violento. Estava atravessada pela forma como as notícias saíram e pelo cerco dos jornalistas”, acrescentou.
Anielle depôs sobre o caso na última quarta-feira (2), à Polícia Federal (PF), na mesma data em que foi realizada a entrevista com o periódico.
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