Publicado em 25/11/2016 às 12h44.

Geddel cai atropelado pelo La Vue; Neto impera sozinho

Levi Vasconcelos avalia queda de ministro-chefe da Secretaria de Governo e diz que "a mídia alternativa pró-PT sempre o bombardeava por meras suposições"

Levi Vasconcelos

Ministro forte de um governo fraco, cercado de inimigos acumulados pelo temperamento agressivo, Geddel Vieira Lima sempre foi visado desde a posse de Michel Temer. A mídia alternativa pró-PT sempre o bombardeava por meras suposições. Marcelo Calero, o ex-ministro da Cultura, caiu como uma luva para os que queriam miná-lo.

Como dissemos de início, a sorte dele estava ligada ao desdobramento midiático que o caso La Vue teria. Fosse só uma conversa, mesmo que de uma autoridade pública advogando e pressionando por interesse próprio, até que passaria. Mas Calero não só pediu demissão e deu entrevista dizendo o motivo, como foi muito além do jardim: para além do affair com Geddel, gravou outra conversa, dele com Michel Temer, sobre o caso, e em depoimento na PF contou isso.

Para Geddel, foi letal. Prova que Calero agiu de caso pensado ao gravar o encontro com Temer. Algo do tipo: eu caio, mas rolam dois na ribanceira. E rolaram. E a história não para aí com a demissão, ao que parece. Repórteres de O Globo e da Folha de S. Paulo estão em Salvador escarafunchando o assunto. Na Bahia, os governistas vibram. Os aliados de ACM Neto, com duas posturas, uma pública, de solidariedade, e uma particular, em off.

Na pública, lamentações. A Bahia sai perdendo e coisas assim. Na particular, Geddel tramou para não deixar nenhum outro baiano ser ministro a fim de imperar só, e agora quem está só, sem representação no governo, é a própria Bahia.

Seja como for, a Bahia sai perdendo. Ou melhor, meia Bahia ficou órfã de referência federal. Ou ACM Neto impera sozinho.