Publicado em 02/10/2025 às 17h34.

Gestão ambiental de Salvador é inaceitável, diz secretário de Jerônimo

Eduardo Sodré também criticou a proposta de alteração da Lei de Uso e Ordenamento do Solo (Louos)

Redação
Foto: Reprodução/Assessoria

 

O secretário do Meio Ambiente da Bahia, Eduardo Mendonça Sodré Martins, manifestou indignação com o indiciamento de uma construtora concessionária do Aterro Metropolitano Centro, alvo de investigação por crime ambiental, e criticou a decisão da prefeitura de Salvador de renovar por 20 anos o contrato com a empresa, sem licitação. O valor estimado da renovação, segundo relatos da imprensa, é de cerca de R$ 2,6 bilhões.

“É inaceitável que, em plena emergência climática, a gestão municipal premie uma concessionária sob suspeita. Isso afronta a boa prática ambiental e o princípio da precaução”, afirmou Sodré.

O secretário ressaltou a importância de Salvador, primeira capital do país, conhecida por seu patrimônio histórico, cultura e natureza. Segundo ele, as decisões recentes da prefeitura estão degradando esses valores. “Aos poucos, a Prefeitura vai transformando a cidade em um amontoado de concreto, que enfeia Salvador e reduz a qualidade de vida dos soteropolitanos”, disse.

Sodré lembrou que a Polícia Civil indiciou a empresa por danos ambientais com base em perícias realizadas em agosto de 2025, que apontaram desmatamento em áreas próximas a mananciais. “O que a população percebe é que a Prefeitura relativiza o cuidado com nossos rios, com a Mata Atlântica e com as áreas de proteção”, afirmou.

O secretário também destacou que o caso “não é um ponto fora da curva”, citando decisões recentes do Executivo municipal contestadas pela Justiça e por órgãos de controle. Entre elas, ações judiciais e recomendações do Ministério Público questionaram, em abril e setembro de 2025, a venda e a desafetação de áreas verdes, incluindo a suspensão de leilões em zonas nobres da cidade, por risco ambiental e urbanístico.

Além disso, Sodré criticou a proposta de alteração da Lei de Uso e Ordenamento do Solo (Louos), que recebeu recomendação do MP-BA para não ser sancionada. “Sem conselho ambiental funcionando e com mudanças legislativas aceleradas, abre-se espaço para retrocessos”, afirmou. Em junho e setembro, vereadores e entidades relataram a ausência de instâncias de controle e a ameaça a áreas de preservação.

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