Publicado em 09/12/2023 às 16h20.

Gleisi critica aumento de emendas em articulação no Congresso e defende derrubada

"Eu sou absolutamente contra. Acho que o Congresso participa bastante. Já tem bastante emenda", disse Gleisi

Redação
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

 

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que tentará impedir o aumento das emendas parlamentares em articulação pela cúpula do Congresso. “Isso é uma barbaridade. É uma transferência da execução orçamentária do Executivo para o Congresso Nacional, logo o Congresso Nacional que está discutindo que não quer tanto poder para o STF e aí está se apoderando da execução. E também um calendário de execução de emendas”, disse.

Um artigo incluído na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 carimba R$ 11,3 bilhões para emendas de comissão e amplia ainda mais o poder do Congresso sobre o Orçamento do ano que vem. A medida ainda precisa ser votada pelos parlamentares. Uma vez aprovada, pode elevar o montante total das emendas para um valor recorde, próximo a R$ 50 bilhões.

“Eu acho que tem que ter bom senso nisso. Eu sou absolutamente contra. Acho que o Congresso participa bastante. Já tem bastante emenda”, disse Gleisi. “Vamos tentar derrubar isso. Não sei se vamos conseguir, porque ali tem interesse próprio da Casa”, completou.

As emendas são uma forma com que deputados e senadores conseguem enviar dinheiro para obras e projetos em suas bases eleitorais e, com isso, ampliar o capital político. Como mostrou a Folha, a prioridade do Congresso é atender seus redutos eleitorais, e não as de maior demanda do país.

Tipos de emendas – Há três tipos de emenda: as individuais (que todo deputado e senador têm direito), as de bancada (parlamentares de cada estado definem prioridades para a região) e as de comissão (definida por integrantes dos colegiados do Congresso).

Ao carimbar esse dinheiro para emendas, o governo poderá perder verba para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e para o Ministério da Saúde. O PAC é a principal vitrine de Lula na área de infraestrutura.

Gleisi também confirmou que não tem planos de assumir cargo em ministério. “O presidente Lula conversou comigo sobre o Ministério da Justiça, pediu minha opinião sobre desmembramento, sobre perfil”, disse.

“Eu tenho compromisso com ele, com o PT, com nossa direção, de ficar no PT até 2025, que é o mandato que nós acertamos. Tem as eleições agora, tem os desafios, temos que deixar o partido muito organizado para encarar 2026”, afirmou neste sábado.

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