Publicado em 17/06/2025 às 14h17.

Gonet deve anexar inquérito da ‘Abin paralela’ à investigação de tentativa de golpe

Relatório da Polícia Federal aponta participação de Bolsonaro, Carlos e Ramagem em esquema de espionagem ilegal

Redação
Foto: Alejandro Zambrana/TSE

 

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, deve encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para anexar o inquérito da chamada “Abin paralela” à ação penal que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação foi divulgada pelo jurista e colunista Wálter Maierovitch, durante participação no UOL News.

A investigação conduzida pela Polícia Federal apura o uso ilegal de ferramentas de inteligência dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar adversários políticos durante a gestão Bolsonaro.

O relatório final já foi enviado ao STF, com indiciamento de 39 pessoas, incluindo o ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o ex-diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa. De acordo com Maierovitch, o estágio atual do caso já não trata mais de suspeitas preliminares.

“Não se fala mais em investigados. Esses três [Bolsonaro, Carlos e Ramagem] são formalmente imputados de crimes. Não é algo de investigação, de ‘vamos ver’. A polícia aponta e diz que eles praticaram crimes. A partir daí, se eles acharem que estão sendo perseguidos, podem até impetrar um habeas corpus”, afirmou o colunista.

Possível novo processo dentro da ação do golpe

Segundo o jurista, os elementos reunidos pela PF são suficientes para que o caso evolua para um novo processo criminal, que poderá tramitar vinculado ao inquérito principal da tentativa de golpe.

A expectativa é que a Procuradoria-Geral da República formalize o pedido ao STF nas próximas semanas, integrando os fatos ao andamento da ação que envolve Bolsonaro e outros aliados políticos acusados de tentar impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022.

“Sem dúvida alguma, Gonet apresentará denúncia. Evidentemente, ele verá o tempo necessário. Ele pode, por exemplo, juntar peças e achar que não vai misturar com processo de golpe e iniciar um outro. Ele fará toda uma estratégia, mas que a denúncia é certa, é certíssima. Isso é mais uma peça do tabuleiro e mais uma comprovação do golpismo que o Brasil passou. Ela tem força suficiente para um novo processo criminal porque as condutas são típicas criminalmente”, acrescentou Maierovitch.

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