Publicado em 21/09/2021 às 23h06.

Governadores devolvem a Bolsonaro a maldição da gasolina

E aí, quem está falando a verdade? O assunto é complexo, mas pende muito mais para os governadores

Levi Vasconcelos
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

 

É a velha história: quando o filho é bonito, todo mundo quer; quando é feio, é aquele jogo de empurra, como é agora com caso do preço dos combustíveis, especialmente o triunvirato gás, gasolina e diesel.

A gasolina subiu 40% no último ano. Bolsonaro culpa os governadores pelos ganhos com o ICMS. Ontem, 20 governadores, Rui Costa incluso, devolveram o abacaxi, dizendo que isso é mentira.

E aí, quem está falando a verdade? O assunto é complexo, mas pende muito mais para os governadores. Veja que na composição do preço da gasolina, por exemplo, dizem os economistas, a Petrobras fica com 33,5%; o ICMS dos governos é 27,5%; custo do etanol é 16,9%; Cid-Pis/Pasep-Cofins, 11,3%; e distribuição e revenda, 10,8%

Gatilho

O ICMS cobrado no preço da gasolina é alto, óbvio. Mas o petróleo subiu de preço no mundo inteiro porque o cartel da Opep resolveu diminuir a produção sob o argumento de que o isolamento social diminuiu o consumo. Disparou o gatilho.

O que Bolsonaro quer é que os governadores baixem o valor do ICMS, e eles diz que em nenhum momento houve aumento.

Lógico que se o preço estivesse estagnado na base, a cadeia manteria os mesmos patamares. Até 2015, com Dilma, o governo pilotava e segurava o reajuste na base. Michel Temer acabou com isso, e Bolsonaro mantém a linha. A tese é seguir o mercado. Não dá prejuízo à Petrobras, que tem o monopólio. E sobra para nós.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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