Governo seduz e tenta ‘roubar’ PV de Neto; Penna ‘dá dicas’ a Dilma
Partido Verde é assediado com deputados e prefeitos de Nilo, secretaria de Rocha e regresso de Juca Ferreira, com direito a candidatura a prefeito
Os governos do Estado e federal tentam se reconciliar com o PV a partir de uma movimentação na Bahia, que envolve a adesão de políticos importantes, ocupação de espaços nos palácios do Planalto e de Ondina, bem como as eleições municipais deste ano, conforme integrantes locais da sigla. Ocupantes da chapa que elegeu ACM Neto (DEM) prefeito de Salvador, em 2012, com a vice-prefeita Célia Sacramento – hoje no PPL –, o partido desponta em 2016 como favorito para ocupar novamente o posto na eleição de outubro próximo, com o atual chefe municipal da Casa Civil, Luiz Carrera.
A primeira investida governista, por meio do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Marcelo Nilo, tinha a promessa de incrementar a legenda com 80 prefeitos do interior baiano – hoje o partido tem três – e nove deputados estaduais, o que deixaria os verdes com a segunda maior bancada da Casa, com 11 representantes, atrás apenas do PT, que tem 12. O próprio Nilo confirma que um café da manhã foi realizado na casa do presidente estadual da agremiação, Ivanilson Gomes, na Praia de Buraquinho, ao lado do cacique-mor pevista, o deputado federal José Luís Penna (RJ). “Quem marcou o encontro foi o [Gilberto] Kassab [ministro das Cidades e presidente nacional do PSD], que é muito amigo de Penna. Mas isso já tem oito meses. Está descartada a minha ida ao PV. Até o dia 20 eu anuncio para qual partido eu vou. A janela vai abrir no dia 18 e, a partir daí, eu tenho 30 dias”, contabilizou o comandante da AL, ao bahia.ba.
O segundo “assédio”, mais recente, é negado pelo deputado federal José Rocha, ex-presidente estadual do PR e algoz do seu sucessor no controle partidário e colega de Câmara João Bacelar. De acordo com integrantes do PV, a movimentação teria sido mediada entre ele e o ex-governador e atual ministro da Casa Civil Jaques Wagner. Além de o próprio Rocha entrar no partido, a negociação envolveria a volta do ministro da Cultura Juca Ferreira à sigla – dentro da estratégia do governo de pulverização de candidaturas a prefeito de Salvador –, o que daria aos verdes um assento na Esplanada dos Ministérios, além de uma secretaria estadual. A condição seria a mesma: crescimento da legenda e ocupação de espaços, desde que houvesse garantia de apoio ao governador Rui Costa (PT) e à presidente Dilma Rousseff (PT). “Rapaz, não tem conversa. Não teve nada disso. Estou muito bem com o meu PR. Minha desavença com Bacelar é na Bahia. Lá em cima [Brasília], eu estou muito bem com a direção nacional. Eles têm me prestigiado muito”, despistou Rocha, em entrevista ao site.
Procurado pela reportagem, o presidente nacional do PV também negou a negociação com o republicano, ao afirmar que “um negócio desse é muito difícil”, mas confirmou que a negociação com Nilo “não deu certo porque ele tem uma orientação política local distante”. No entanto, José Luís Penna não descartou retornar à base e até mesmo admitiu ter dado “dicas” a Dilma Rousseff para voltar a apoiá-la. “Olha, nós definimos uma posição nacional [para apoiá-la]. Ela teria que sair imediatamente do PT e chamar o país para construir um governo de transição para instalar o parlamentarismo”, ponderou Penna, ao bahia.ba. Embora Dilma busque reforço no momento de crise política, o dirigente lembra que o Partido Verde já se manifestou publicamente com a declaração de que “o impeachment não é golpe porque é um recurso previsto na Constituição”.
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