Publicado em 29/03/2016 às 10h33.

Inauguração da Lapa é marcada por protesto de servidores

Prefeito ACM Neto chamou manifestantes grevistas de “viúvas do PT” e culpou governo federal pela limitação na possibilidade de reajuste

Rodrigo Aguiar

Um grupo de aproximadamente 60 servidores municipais – em greve desde o último dia 16 – aproveitou a presença da comitiva do prefeito ACM Neto (DEM) na inauguração da nova Estação da Lapa para protestar contra a falta de acordo com a gestão municipal. No momento em que a placa era descerrada, os manifestantes passaram a vaiar, fazer “apitaço” e gritar palavras de ordem como “o servidor parou”, “servidor na rua, prefeito a culpa é sua” e “que prefeito é esse? Prefeito ordinário. Além de pagar pouco, ainda corta o meu salário”.

Houve tumulto e empurra-empurra e foi necessária a intervenção de agentes da Polícia Militar e da Guarda Municipal, que fizeram um cordão de isolamento. Em resposta, o democrata alfinetou os funcionários públicos e os chamou de “viúvas do PT”. “Eu sei que tem gente que está com inveja, que está se mordendo. Quero dizer hoje que o Brasil não aguenta mais o que está acontecendo em Brasília. O Brasil precisa de mudança política já. Se hoje falta dinheiro para dar reajuste, a culpa é do governo federal”, disse o prefeito, seguido de um coro dos seus apoiadores de “fora PT” e “Lula ladrão”.

Neto questionou ainda o porquê de o governo do Estado – a quem acusou de fazer “propaganda de obras do governo passado” – não ser contestado após ter anunciado “reajuste zero” para o funcionalismo. “Não vou quebrar Salvador. Prefiro ficar com a verdade. O povo de Salvador não está do lado de vocês. Está do lado da gente. Não tenho medo de grito e vaia”, rebateu o gestor. O prefeito ainda reafirmou que irá cortar os salários dos grevistas e a sua claque endossou a oratória aos urros de “corta, corta”.