Insinuar ajuda de Lula a Cerveró ‘beira a loucura’, diz Carvalho
"A palavra dele (Delcidio) é tão vazia, tão desacreditada. Ele vai ter que mostrar provas. É mais uma pólvora da Lava Jato que se esvai", critica ex-ministro
O ex-ministro e um dos principais aliados do ex-presidente Lula, Gilberto Carvalho, afirmou que foi de indignação a sua primeira reação ao saber do vazamento da delação de Delcidio Amaral, ex-líder do governo no Senado. Para ele, a insinuação de que Lula teria induzido Delcídio a repassar dinheiro para ajudar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a fugir do país “beira o raio da loucura”.
“Essa bobagem do Delcídio que o Lula teria induzido a repassar dinheiro para o Cerveró beira o raio da loucura”, disse Carvalho em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. “A palavra dele (Delcidio) é tão vazia, tão desacreditada. Ele vai ter que mostrar provas. É mais uma pólvora da Lava Jato que se esvai.”
A revista Isto É divulgou os detalhes da delação de Delcídio, que teria 400 páginas. O senador citou vários nomes, entre eles o da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e detalhou os bastidores da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, entre outros assuntos.
Segundo Delcídio, teria partido de Lula a ordem para que o senador tentasse convencer o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, preso na Lava Jato, a não implicar o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente, em uma eventual delação premiada. As revelações do ex-líder do governo fazem parte de um documento preliminar da colaboração, que aguarda homologação do Supremo Tribunal Federal.
Para Carvalho, os vazamentos da operação Lava Jato continuam acontecendo de forma “maluca e covarde”, o que acaba desmoralizando a operação. Carvalho afirma não ter cabimento a afirmação que Lula ou Dilma Rousseff tentaram interferir na condução da Lava Jato.
“É uma pena, porque é uma operação de combate à corrupção, no entanto o que vemos é delatores soltos fumando charutos e presos apenas os políticos como o Vaccari e o Dirceu”, disse em referência ao ex-tesoureiro do PT, preso e condenado em primeira instância na Lava Jato, João Vaccari, e ao ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, que cumpriu pena por envolvimento no mensalão e agora está preso suspeito de envolvimento nos desvios da Petrobras.
Gilberto Carvalho avalia que o vazamento da delação do Delcídio, assim como vazamento de acordos firmados com executivos da Andrade Gutierrez, mostram que a Lava Jato está se tornando instrumento de “combate político” para “perseguir Lula e o PT”.
“A operação vai se desacreditando tanto nessa questão do Delcídio como no vazamento da delação do Otávio Azevedo, se é verdade que ele teria dito que a Andrade deu dinheiro para Dilma mas não fala nada do dinheiro pro Aécio (Neves, presidente do PSDB e candidato derrotado à presidência da República em 2014)”, afirmou Carvalho. “Vai ficando claro que é uma operação feita para perseguir o Lula e o PT. Era para combater corrupção, mas vira instrumento de combate político.”
Em depoimentos colhidos pela Lava Jato, o ex-presidente do grupo Otávio Azevedo e outros executivos da Andrade Gutierrez relataram pagamentos diretos da empreiteira a empresas que prestaram serviços para a campanha de Dilma Rousseff em 2010. Eles também teriam afirmado que a Andrade pagou por pesquisas eleitorais que colocaram Dilma à frente dos adversários durante a campanha.
Gilberto Carvalho passou o dia hoje no Instituto Lula, mas, segundo ele, estava lá para discutir um projeto relativo a movimentos sociais com os diretores Luiz Dulci e Clara Ant. Carvalho disse ter visto Lula rapidamente e não ter conversado diretamente com o ex-presidente sobre a delação de Delcídio.
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