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Publicado em 16/12/2025 às 08h59.

Jerônimo critica indicação de Luciano Araújo ao TCE: ‘Essa vaga não é da Assembleia’

Governador indicou Josias Gomes (PT) na última quinta (11); deputados articulam disputa pela vaga com Araújo (Solidariedade)

Raquel Franco / Heber Araújo
À esquerda, o deputado federal Josias Gomes (PT); no centro, o governador da Bahia Jerônimo Rodrigues (PT) e à direita o deputado estadual Luciano Araújo (Solidariedade). Fotos: Luana Neiva e Heber Araújo/bahia.ba

 

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) criticou a indicação dos deputados estaduais da oposição para Luciano Araújo (Solidariedade) assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA). 

“A relação com a Assembleia [Legislativa da Bahia (ALBA)] tem que ser de maturidade, mas [também] de respeito. Essa vaga é do governador, não é da Assembleia. Então, quem tem que indicar é o governador”, afirmou o chefe do Executivo estadual em entrevista ao bahia.ba na manhã desta terça-feira (16) durante café da manhã com catadores em Salvador. 

Segundo Jerônimo, a escolha do governo foi fruto de um acordo com o TCE. Ele encaminhou na última quinta-feira (11) à ALBA a indicação do deputado federal Josias Gomes (PT) para a cadeira vacante no Tribunal. Nesta segunda-feira (15), o requerimento pela indicação de Araújo foi protocolado na Casa e pode abrir uma disputa pela vaga. A presidente da ALBA, Ivana Bastos (PSD), afirmou que a Mesa Diretora aguarda o parecer da Procuradoria para decidir sobre a indicação.

O governador afirmou que agradece o trabalho que os deputados da Assembleia fazem, mas que é necessário cada um cumprir seu dever seguindo a legislação. “A oposição pode até estar fazendo o seu papel, mas eu creio que nós podemos fazer oposição dentro das regras estabelecidas, na lei ou na ética. Eu trabalho assim”, disse.

Jerônimo declarou que os parlamentares estariam “batendo da cintura para baixo, de forma desonesta.” Segundo ele, “isso não funciona com ninguém.” O governador disse acreditar na “ideia máxima bíblica que o fruto só dá na hora”, mas lembrou que é importante respeitar os papéis de cada um.

“No momento exato que a Assembleia tiver de apresentar [a indicação], é a Assembleia que vai apresentar e eu respeitarei. No momento que o TCE tiver de apresentar, será o TCE que vai apresentar. Então é uma regra”, afirmou Jerônimo.

“Eu não posso passar por cima do que cabe ao poder legislativo ou ao poder judiciário.Tá escrito na lei. Essa é uma vaga, inclusive, pactuada com o TCE, que na verdade não seria nem minha, era do TCE, mas o TCE não tem o cargo ainda. Aprovamos na própria Assembleia a possibilidade do concurso enquanto não tem um servidor”, concluiu.

Raquel Franco
Natural de Brasília, formou-se em produção em comunicação e cultura e em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Também é fotógrafa formada pelo Labfoto. Foi trainee de jornalismo ambiental na Folha de S.Paulo.

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