Publicado em 29/11/2019 às 19h45.

João Falcão, o que pagou um banco para peitar briga com ACM

Quando ACM emergiu em cena, veio a briga, segundo o próprio João Falcão, ‘só porque eu não aceitei me submeter aos caprichos dele

Levi Vasconcelos
Foto: Assembleia Legislativa da Bahia
Foto: Assembleia Legislativa da Bahia

 

Falecido em julho de 2011 aos 92 anos, o jornalista João da Costa Falcão, fundador do Jornal da Bahia, reviveu ontem em sessão especial na Assembleia pautada pelo deputado Alex Lima (PSB).

Lá estavam Joaci Góes, presidente da Academia de Letras da Bahia (ALB), que João Falcão integrava; Walter Pinheiro, presidente da Associação Baiana de Imprensa (ABI); o jornalista e ex-deputado Emiliano José, ex-preso político que empregou-se no JBA quando saiu da cadeia; além de filhos e netos do homenageado, todos entoando a música de uma nota só: foi um grande baiano.

Esquecido

E por que não tão lembrado? Porque na Bahia, no tempo dele, inimigos de ACM, como Rômulo Almeida e outros notáveis, pagam post-mortem uma fatia da ousadia em vida. Foram literalmente jogados fora do leque de homenagens convencionais.

E João Falcão era inimigo de proa. Filho de uma tradicional família de Feira de Santana, comunista na juventude, depois empresário, em 1958 fundou o Jornal da Bahia, e em 1960 o Banco Bahiano da Produção.

Quando ACM emergiu em cena, veio a briga, segundo o próprio João Falcão, ‘só porque eu não aceitei me submeter aos caprichos dele.

Vendeu o banco para peitar a briga. Aos que lhe cobravam uma postura contra a ditadura, dizia:

— Já tenho um inimigo de bom tamanho. Brigar com a ditadura? Não sou suicida.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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