Publicado em 18/10/2019 às 07h41.

Joice Hasselmann: Traição é o ‘modus operandi’ de Bolsonaro

Deputada também criticou o presidente da República por interferir no Poder Legislativo usando a estrutura do Palácio e a força do cargo

Redação
Foto: Marcos Corrêa/PR
Foto: Marcos Corrêa/PR

 

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), em entrevista ao Globo, afirmou que sua destituição do cargo de líder do governo no Congresso por parte do presidente Jair Bolsonaro, ocorrida nesta quinta-feira (17), foi uma “traição clara”. A parlamentar, no entanto, garantiu que não se surpreendeu com a decisão. “Eu sabia que cedo ou tarde eu seria traída, porque é o modus operandi [de Bolsonaro]”.

Hasselmann perdeu o posto de líder por ter apoiado a permanência de Delegado Waldir (PSL-GO) na liderança da bancada na Câmara dos Deputados em detrimento da indicação do filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Ela criticou Bolsonaro por “interferir na escolha direta de um líder sendo este líder seu filho”, afirmando que o presidente “interferiu no Poder Legislativo” usando a estrutura do Palácio e a força do cargo.

Para a congressista, ela não foi a primeira a ser traída pelo presidente dentro do PSL. “Todos que trabalharam muito, tiveram uma confiança dedicada ao próprio presidente em algum momento passaram por isso. Veja o caso de Gustavo Bebianno, depois o Santos Cruz, amigo de quarenta e tantos anos”, disse.

A queda de braço ocorrida entre a ala pró-Luciano Bivar, presidente da sigla, e ala que apoia Bolsonaro, teve mais um capítulo nesta quinta-feira, quando o deputado Delegado Waldir, apoiado por Bivar, conseguiu manter-se no posto de líder da bancada no Congresso. “Demos a palavra que durante esse ano ele [Delegado Waldir] seria o líder. Não dá para mudar a palavra de acordo com os ventos. Ninguém aqui é biruta de aeroporto”, declarou.

O presidente da República atuou pela destituição de Delegado Waldir, buscando emplacar seu filho Eduardo Bolsonaro na liderança da bancada na Câmara após o deputado goiano, em áudio vazado para a imprensa, chamar Bolsonaro de “vagabundo” e dizer que iria “implodir o presidente”.

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