Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.
Legalização do jogo volta à pauta. É questão de tempo
O parecer deve entrar na pauta da Câmara em agosto, segundo Elmar Nascimento, presidente da Comissão do Marco Regulatório dos Jogos
Frase da vez
“Se macumba ganhasse jogo, o Campeonato Baiano só acabaria empatado”
Neném Prancha, ex-técnico de futebol brasileiro (1906-1976)
O projeto de legalização dos jogos no Brasil, o do bicho incluso, vinha andando bem desde os tempos de Dilma, mas acabou atropelado pelo impeachment e depois pelos “affair” com Eduardo Cunha.
O parecer está pronto e deve entrar na pauta da Câmara em agosto, assim que o recesso acabar, segundo o deputado Elmar Nascimento (DEM), presidente da Comissão Especial do Marco Regulatório dos Jogos.
A proposta tem alguns pontos básicos:
1 — O jogo do bicho será legalizado, mas as máquinas caça-níqueis, daquelas que se põem em qualquer lugar, sofrerão restrições. Só serão permitidas em resorts.
2 — O Brasil terá 32 cassinos, um para cada estado, com o detalhe: os que têm entre 15 e 25 milhões de habitantes, casos da Bahia e de Minas Gerais, terão direito a dois. Acima de 25 milhões, e aí só tem São Paulo, terá três.
Onde eles serão instalados, aí vai ficar a gosto do investidor que vencer a licitação.
Mas Elmar diz que a aprovação não terá maiores problemas. Todos querem.
Rui Barbosa na roleta
Critico ferrenho de jogos de azar, Rui Barbosa dizia que ele “devora os milhões dos ricos e as migalhas dos operários”.
Talvez sim. Os jogos têm o mister de vender (caro) ilusões. Mas convenhamos: o governo brasileiro, com as suas loterias, nunca proibiu e perseguiu jogos, como o do bicho, por razões morais, e sim por mera tentativa de assegurar a reserva do mercado para ele.
Se assim o é, que evoquemos Sérgio Porto, o inesquecível Stanislaw Ponte Preta, para ilustrar a nossa posição. Dizia ele: “Ou restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos”.
Estamos indo para o locupletemo-nos.
Mina — O Brasil, além de Cuba, é o único país não islâmico, entre os 156 listados na Organização Mundial de Turismo, que não legalizou os jogos de azar.
Nos demais, é uma para o turismo.
A disputa da Funasa
O deputado Benito Gama (PTB) recebeu de ACM Neto a missão de buscar uma solução para a disputa entre os deputados José Carlos Aleluia e Cláudio Cajado, ambos do DEM, em torno do comando da Funasa na Bahia.
Aleluia quer para o ex-deputado Heraldo Rocha e Cajado, para a mulher dele, a ex-prefeita de Dias D’Ávila, Andrea Xavier.
Benito propôs que Heraldo ficasse com o DNOCS e deixasse a Funasa para Cajado.
Aleluia ainda não respondeu.
Conflito de gerações
A propaganda do cemitério Bosque da Paz, louvando o seu recém-inaugurado crematório, está causando uma espécie de conflito de gerações.
- Diná Felinto, moradora do Imbuí, aposentada, 70 anos, acha o fim do mundo:
— Era só o que me faltava. Eu nunca pensei em minha vida um dia ver na televisão propaganda de cemitério.
Já o neto dela, Jovair, de 16 anos, leva o caso para as redes sociais, na gozação:
— É tão bonita que dá até vontade de largar tudo e dizer: ‘Vou me cremar’.
Povão não gosta
E por falar nisso, a Secretaria da Ordem Pública de Salvador disponibiliza cremação gratuita para carentes, mas a procura é baixa: um por mês. No ano passado foram apenas oito. E olha que o preço é R$ 8 mil.
O povão gosta do enterro clássico, preferencialmente no cemitério do bairro.
Guerra do Uber
Motoristas que aderiram ao Uber se dizem à beira de um ataque de nervos. Avistar um táxi, para eles, é o mesmo que ver um inimigo agressivo potencial.
No fim de semana, em Narandiba, um carro do Uber foi literalmente apedrejado. O motorista disse que, para o cidadão comum, há os perigos dos bandidos. Para eles tem bandidos e mais os taxistas.
Adeus a Oseas
Inhambupe se encheu de luto no fim de semana passado. Morreu domingo, aos 92 anos, o ex-prefeito Oseas Souza Lopes, pecuarista e figura muito querida.
Dois anos atrás, quando completou 90 anos, Oseas fez um festão para toda a cidade. Matou dez bois para o churrasco e serviu dez caminhões de cerveja. Parecia a despedida.
Melânia e Michelle
Melania Trump, mulher de Donald Trump, o candidato republicano à presidência dos EUA, ao discursar na convenção para homologar o marido dela, foi acusada de ter plagiado o discurso de Michelle Obama na convenção democrata, oito anos atrás, que consagrou o marido, Barak Obama.
E isso provocou um escândalo mundial, com Trump acusando os redatores de sua campanha, aqueles que fazem os discursos para outros lerem, revelando aí que muitas das vezes eles não dizem o que pensam. Julgue você:
Melânia, na convenção de Donald Trump, agora.
“Desde muito jovem, meus pais me inculcaram os valores de que se trabalha duro pelo que se quer na vida, que sua palavra é sagrada e que se deve cumprir o que promete”.
Michelle, na convenção de Barak Obama, oito anos atrás.
“Barack e eu fomos educados com valores muito similares: trabalhar duro pelo que se quer na vida, que sua palavra é sagrada e que se cumpre o que promete”.
Mais notícias
-
Política
18h52 de 23 de abril de 2024
Jair Bolsonaro encontra prefeita que jogou livros no lixo
Em passagem por Santa Catarina, ex-presidente da República se encontrou com gestora que jogou no lixo alguns livros da biblioteca da cidade
-
Política
18h39 de 23 de abril de 2024
BNDES lançará edital de R$ 9,8 milhões do Fundo Amazônia para projetos indígenas
Inicialmente, serão contemplados 30 projetos, mas há perspectiva de financiamento de até 60
-
Política
17h49 de 23 de abril de 2024
Câmara gastou R$ 104 mil com viagem de bolsonaristas para evento em Bruxelas
De acordo com os dados disponíveis no site da Câmara, o valor foi gasto com passagens aéreas e diárias
-
Política
17h08 de 23 de abril de 2024
Wagner rebate Rogério Marinho: ‘PT fez revolução social com responsabilidade fiscal’
Senadores debateram em sessão no Congresso
-
Política
16h56 de 23 de abril de 2024
‘Não acho que a gente tenha um problema com o Congresso Nacional’, diz Lula
Presidente da República afirma que tem uma boa relação com o Congresso e que as divergências são normais na política
-
Política
16h48 de 23 de abril de 2024
Haddad diz que já sabe quem invadiu sistema de pagamentos do governo
Supostamente, valores teriam sido transferidos, mas ainda não há informações oficiais sobre desvios de verbas públicas e valores
-
Política
16h37 de 23 de abril de 2024
‘Um desgoverno totalmente fora dos trilhos’, diz Zambelli sobre gestão de Lula
Deputada critica bronca que presidente da República deu em os ministros
-
Política
16h22 de 23 de abril de 2024
Líder da oposição solicita lista de presentes recebidos por Lula e Janja em viagens
O parlamentar argumenta que a situação dos 231 itens recebidos pelo casal do primeiro dia do mandato até 2 de maio de 2023 "gera controvérsias"
-
Política
15h09 de 23 de abril de 2024
Comissão do Senado aprova PL que cria tarifa social de água e esgoto
Projeto de Lei que foi aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado segue para plenário
-
Política
14h59 de 23 de abril de 2024
Lula: ‘Não há previsão de reforma ministerial’
Recorrendo a uma metáfora do futebol, ele afirmou que nenhum treinador anuncia quais jogadores vai tirar durante a partida quando o time está entrando em campo