Publicado em 20/07/2016 às 09h07.

Legalização do jogo volta à pauta. É questão de tempo

O parecer deve entrar na pauta da Câmara em agosto, segundo Elmar Nascimento, presidente da Comissão do Marco Regulatório dos Jogos

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Se macumba ganhasse jogo, o Campeonato Baiano só acabaria empatado”

Neném Prancha, ex-técnico de futebol brasileiro (1906-1976)

(Foto: Iesb/ Portal de Jornalismo)
(Foto: Iesb/ Portal de Jornalismo)

 

O projeto de legalização dos jogos no Brasil, o do bicho incluso, vinha andando bem desde os tempos de Dilma, mas acabou atropelado pelo impeachment e depois pelos “affair” com Eduardo Cunha.

O parecer está pronto e deve entrar na pauta da Câmara em agosto, assim que o recesso acabar, segundo o deputado Elmar Nascimento (DEM), presidente da Comissão Especial do Marco Regulatório dos Jogos.

A proposta tem alguns pontos básicos:

1 — O jogo do bicho será legalizado, mas as máquinas caça-níqueis, daquelas que se põem em qualquer lugar, sofrerão restrições. Só serão permitidas em resorts.

2 — O Brasil terá 32 cassinos, um para cada estado, com o detalhe: os que têm entre 15 e 25 milhões de habitantes, casos da Bahia e de Minas Gerais, terão direito a dois. Acima de 25 milhões, e aí só tem São Paulo, terá três.

Onde eles serão instalados, aí vai ficar a gosto do investidor que vencer a licitação.

Mas Elmar diz que a aprovação não terá maiores problemas. Todos querem.

Rui Barbosa na roleta

Critico ferrenho de jogos de azar, Rui Barbosa dizia que ele “devora os milhões dos ricos e as migalhas dos operários”.

Talvez sim. Os jogos têm o mister de vender (caro) ilusões. Mas convenhamos: o governo brasileiro, com as suas loterias, nunca proibiu e perseguiu jogos, como o do bicho, por razões morais, e sim por mera tentativa de assegurar a reserva do mercado para ele.

Se assim o é, que evoquemos Sérgio Porto, o inesquecível Stanislaw Ponte Preta, para ilustrar a nossa posição. Dizia ele: “Ou restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos”.

Estamos indo para o locupletemo-nos.

Mina — O Brasil, além de Cuba, é o único país não islâmico, entre os 156 listados na Organização Mundial de Turismo, que não legalizou os jogos de azar.

Nos demais, é uma para o turismo.

(Foto: Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados).
(Foto: Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados).

 

A disputa da Funasa

O deputado Benito Gama (PTB) recebeu de ACM Neto a missão de buscar uma solução para a disputa entre os deputados José Carlos Aleluia e Cláudio Cajado, ambos do DEM, em torno do comando da Funasa na Bahia.

Aleluia quer para o ex-deputado Heraldo Rocha e Cajado, para a mulher dele, a ex-prefeita de Dias D’Ávila, Andrea Xavier.

Benito propôs que Heraldo ficasse com o DNOCS e deixasse a Funasa para Cajado.

Aleluia ainda não respondeu.

Conflito de gerações

A propaganda do cemitério Bosque da Paz, louvando o seu recém-inaugurado crematório, está causando uma espécie de conflito de gerações.

  1. Diná Felinto, moradora do Imbuí, aposentada, 70 anos, acha o fim do mundo:

— Era só o que me faltava. Eu nunca pensei em minha vida um dia ver na televisão propaganda de cemitério.

Já o neto dela, Jovair, de 16 anos, leva o caso para as redes sociais, na gozação:

— É tão bonita que dá até vontade de largar tudo e dizer: ‘Vou me cremar’.

Povão não gosta

E por falar nisso, a Secretaria da Ordem Pública de Salvador disponibiliza cremação gratuita para carentes, mas a procura é baixa: um por mês. No ano passado foram apenas oito. E olha que o preço é R$ 8 mil.

O povão gosta do enterro clássico, preferencialmente no cemitério do bairro.

(Foto: Divulgação).
(Foto: Divulgação).

 

Guerra do Uber

Motoristas que aderiram ao Uber se dizem à beira de um ataque de nervos. Avistar um táxi, para eles, é o mesmo que ver um inimigo agressivo potencial.

No fim de semana, em Narandiba, um carro do Uber foi literalmente apedrejado. O motorista disse que, para o cidadão comum, há os perigos dos bandidos. Para eles tem bandidos e mais os taxistas.

Adeus a Oseas

Inhambupe se encheu de luto no fim de semana passado. Morreu domingo, aos 92 anos, o ex-prefeito Oseas Souza Lopes, pecuarista e figura muito querida.

Dois anos atrás, quando completou 90 anos, Oseas fez um festão para toda a cidade. Matou dez bois para o churrasco e serviu dez caminhões de cerveja. Parecia a despedida.

(Foto: Divulgação).
(Foto: Divulgação).

 

Melânia e Michelle

Melania Trump, mulher de Donald Trump, o candidato republicano à presidência dos EUA, ao discursar na convenção para homologar o marido dela, foi acusada de ter plagiado o discurso de Michelle Obama na convenção democrata, oito anos atrás, que consagrou o marido, Barak Obama.

E isso provocou um escândalo mundial, com Trump acusando os redatores de sua campanha, aqueles que fazem os discursos para outros lerem, revelando aí que muitas das vezes eles não dizem o que pensam. Julgue você:

Melânia, na convenção de Donald Trump, agora.

“Desde muito jovem, meus pais me inculcaram os valores de que se trabalha duro pelo que se quer na vida, que sua palavra é sagrada e que se deve cumprir o que promete”.

Michelle, na convenção de Barak Obama, oito anos atrás.

“Barack e eu fomos educados com valores muito similares: trabalhar duro pelo que se quer na vida, que sua palavra é sagrada e que se cumpre o que promete”.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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