Publicado em 06/08/2019 às 11h05.

Marcelo Nilo diz que na base de Rui se transita de Bolsonaro a ACM Neto

"PSD e PP estão no palanque de Bolsonaro lá e de Rui Costa. Pior ainda é o PL, que consegue ser Bozo, Rui e ACM Neto ao mesmo tempo"

Levi Vasconcelos
Foto: Josemar Pereira/ Ag. Haack/ bahia.ba
Foto: Josemar Pereira/ Ag. Haack/ bahia.ba

 

Bolsonaro foi ontem a Sobradinho levando na comitiva dele os deputados federais baianos Adolfo Viana (PSDB), Cláudio Cajado (PP) e João Carlos Paolilo Bacelar (PL), o Jonga, os três que têm votos na área. Fez a coisa meio apressado, não deu tempo de eles convocarem os amigos de lá para fazer festa, mas deu para marcar presença.

Cajado e Bacelar são Rui Costa cá e Bolsonaro lá. Por mera coincidência, no mesmo instante, em Salvador, o deputado Marcelo Nilo (PSB) – foto, agora estreante como deputado federal, reclamava da ‘ecleticidade’ da base do governo baiano liderado pelo petista Rui Costa.

— PSD e PP estão no palanque de Bolsonaro lá e de Rui Costa. Pior ainda é o PL, que consegue ser Bozo, Rui e ACM Neto ao mesmo tempo. Quem é coerente, quem faz política com lado, como sempre fizemos, fica numa enorme desvantagem.

Fala Jonga

O deputado João Carlos Bacelar, que estava em Sobradinho, disse que do ponto de vista dele, o jogo sempre foi esse claramente colocado:

— Sempre defendi Bozo e Rui, não tenho o menor grilo nisso, estou a cavalheiro. Eu era o coordenador do ‘Muda Brasil’, o partido que Bolsonaro ia se filiar. Só não se filiou porque a legenda não emplacou.

Na avaliação de Marcelo Nilo, quem faz o jogo duplo, ou triplo, tem muito mais lastro para segurar prefeitos e aliados em geral. E é aí que os puro-sangue perdem.

Médicos vetam Leão

Quem ia a Sobradinho ontem para estar com Bolsonaro era o vice-governador João Leão, mas de última hora teve a agenda cancelada pelos médicos.

Com problemas renais, Leão tem encurtado a agenda nos últimos dias, e achou que já estava em condições. De Sobradinho, ele iria com Bolsonaro, de quem foi colega na Câmara por mais de 25 anos, até Brasília.

Mas embora se achando bem melhor, não deu.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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