Publicado em 10/07/2020 às 13h57.

Mourão admite que ações de combate ao desmatamento começaram tarde

Dados divulgados pelo Inpe apontam que junho registrou maior alerta de desmatamento na Amazônia para o mês desde 2015

Redação
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

 

O vice-presidente Hamilton Mourão admitiu nesta sexta-feira (10) que as ações do governo federal para combate ao desmatamento “começaram tarde”. A declaração se refere aos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), segundo o qual foi registrado recorde de alertas de desmatamento no bioma em junho.

Em junho, a Amazônia registrou 1.034 km² de área em alerta de desmatamento. Foi o maior para o mês em toda a série histórica, iniciada em 2015. No semestre, os alertas indicam destruição de 3.069,57 km² da floresta. O número representa aumento de 25% em comparação ao mesmo período de 2019.

De acordo com informações do G1, Mourão alegou que o início das ações do governo em maio não geraram impacto no desmatamento.

“Um dos primeiros itens é o combate ao desmatamento, que nós viemos efetuando desde maio. Eu já coloquei para vocês várias vezes que as ações contra o desmatamento tinham que ter começado em dezembro do ano passado, que é quando ele começa efetivamente. Tenho colocado que nós vamos prosseguir nesse tipo de trabalho até o final de 2022, ou até a turma que desmata se dê conta que nãod á mais para fazer isso”, afirmou.

O governo anunciou em agosto de 2019 uma primeira versão da Operação Verde Brasil, como resultado do elevado número de queimadas no bioma. As ações duraram dois meses. Depois de criação do Conselho da Amazônia, em fevereiro, o governo anunciou uma segunda versão da ação para maio.

Militares das Forças Armadas são os responsáveis por executar as ações de prevenção e repressão a crimes ambientais, com foco no desmatamento ilegal e em incêndios.

Ainda conforme informações do G1, Mourão defendeu que se busque uma solução para a falta de servidores destinados à fiscalização ambiental. Entre as possibilidades apresentadas estão remanejamento de servidores administrativos e concurso para fiscal.

O vice-presidente tem sido pressionado por empresários e investidores para atuar em defesa da Floresta Amazônica. No início da semana, cerca de 40 entidades enviaram uma carta aberta pedindo ações de combate ao desmatamento.

Segundo o grupo, a política ambiental adotada pelo governo tem afastado a possibilidade de investimentos e negócios no país. Na quinta-feira (9), Mourão e ministros se reuniram com investidores internacionais para tratar do assunto.

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