Publicado em 08/04/2016 às 06h20.

Na Câmara, 60% dizem votar pelo impeachment de Dilma Rousseff

Caso a percentagem seja projetada para o total de 513 votantes, o impeachment de Dilma teria hoje 308 votos

João Brandão

Câmara Federal / Agência Brasil

Em levantamento feito pelo Datafolha de 21 de março a 7 de abril entre os deputados federais, 60% deles dizem que darão votos favoráveis ao impedimento da presidente Dilma Rousseff. O número, porém, não é suficiente para que se aprove o processo: caso a percentagem seja projetada para o total de 513 votantes (contando o presidente da câmara, Eduardo Cunha, do PMDB-RJ, que anunciou que deve se manifestar), o impeachment de Dilma teria hoje 308 votos – 34 a menos que os 342 necessários (67% da Câmara) para que a ação seja levada ao Senado. A votação está prevista para o domingo, dia 17 de abril.

No lado oposto, 21% dos deputados declararam votos contrários ao processo – seriam 108 parlamentares a favor do mandato da presidente. Para permanecer no cargo, a presidente precisa que 172 parlamentares não votem pelo impedimento. O cenário atual de encaminhamento do caso ao Senado depende dos 18% dos deputados que estão indecisos ou não declararam a posição (o 1% que falta para os 100% deve-se à aproximação).

Este é o terceiro levantamento do tipo feito pelo Datafolha entre os parlamentares. Em relação às pesquisas anteriores houve uma evolução no número de deputados federais a favor do impeachment (de 42% em dezembro para 60% em março e abril). Também se registrou recuo entre os contrários ao processo (eram 31% em dezembro, ante 21% hoje) e entre os indecisos (de 27% para 18%).

Desde a criação de um colegiado para analisar o pedido na Câmara, em 17 de março, o governo perdeu o apoio de seu maior aliado, o PMDB, e iniciou uma estratégia de oferecer cargos em ministérios nas mãos de peemedebistas para partidos como PP, PR, PSD e PTN para tentar obter votos a seu favor na Casa.

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