Publicado em 16/08/2019 às 11h35.

Na pegada da Santa Dulce tem até Cajado atrás do velho milagre brasileiro

Comitiva brasileira quer ir ao Vaticano com viagem paga pela Câmara dos Deputados

Levi Vasconcelos
Foto: Divulgação/Arquidiocese de Salvador
Foto: Divulgação/Arquidiocese de Salvador

 

Faça-se justiça. Ainda em vida, Irmã Dulce sempre foi reverenciada por todos, de empresários do naipe de Norberto Odebrecht, fundador da Construtora Odebrecht, e Angelo Calmon de Sá, então dono do Banco Econômico, a mortais comuns. De políticos, nem se fala. Era romaria. Não seria agora de outra forma.

Veja você. Lá atrás, no início do ano, o deputado Aderbal Caldas (PP) apresentou um projeto para criar a Medalha Irmã Dulce, a ser concedida dia 26 de maio, data do aniversário dela, uma única vez no ano, a instituição filantrópica de reconhecidos serviços prestados. Andou pouco, mas com a notícia da canonização, foi aprovada rapidinha, em junho.

O pioneiro

A primeira entrega será em maio do próximo ano, mas já tem candidato. Esta semana o deputado Antonio Henrique (PP) apresentou projeto indicando o Hospital do Câncer de Barretos, em São Paulo, o antigo Hospital do Amor, para ser o primeiro agraciado. Justificativa: ele atende também nove municípios na região de Juazeiro. Deu tititi, já que alguns acham que entre os baianos há quem mereça o pioneirismo.

O deputado federal Cláudio Cajado (PP) também quer ir na ponga. Requereu que a Comissão de Relações Exteriores da Câmara forme uma Comissão para ir ao Vaticano no dia da canonização. Com uma ressalva: ‘com ônus’ para a Câmara. Ou seja, o milagre aí não é de Irmã Dulce. Seria brasileiro mesmo.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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