Publicado em 09/05/2016 às 10h55.

‘Não vamos incendiar o Brasil’, promete líder do PT no Senado

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o senador Humberto Costa fez uma autocrítica em relação a erros cometidos pelo partido e pela presidente

Redação
Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado
Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado

 

A poucos dias da votação da abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff no Senado, o líder do governo na Casa, Humberto Costa (PT-PE), concedeu uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo, nesta segunda-feira (9). Embora rejeite, com veemência, o discurso de golpe e de que um eventual governo do vice Michel Temer será considerado ilegítimo, o parlamentar acredita que o PT deverá evitar oposição radical. “Não vamos incendiar o Brasil”, afirmou.

Ex-ministro do governo Lula, o senador faz ainda uma autocrítica em relação a erros cometidos pelo partido e pela presidente. “Dilma é uma pessoa que tem uma dificuldade de dialogar, de ouvir. Ela não se adaptou a um modo de fazer política que existe no Brasil”, reconheceu.

Costa disse que “não há hipótese imaginar que o PT vai colaborar com um governo que é fruto de um golpe contra o PT”, mas alertou que, pelo fato de ter sido governo por 13 anos, não poderá fazer uma oposição descompromissada.

O senador credita ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao juiz Sérgio Moro a possibilidade de o vice assumir a Presidência: “Michel Temer tem que agradecer 50% a Eduardo Cunha e 50% a Sérgio Moro [juiz da Lava Jato] por ele ser presidente agora.”

2018 – Apesar de ser o nome mais forte do PT para uma nova disputa eleitoral para presidente em 2018, Lula não é apontado como a única possibilidade do PT.

“Mas tem gente boa aí na área, você pega um cara como o Fernando Haddad [prefeito de São Paulo], se ganhar a eleição em São Paulo, vai se tornar um nome nacional, principalmente num momento de dificuldade”, disse. Ainda segundo Costa, “um nome que respeito na esquerda é o Ciro Gomes, mas não é o perfil que vejo para ganhar. Marina Silva não vejo no campo da esquerda”.

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