Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.
No Ministério de Temer, da Bahia, só Geddel, que promete respeito a Rui
Falou-se em Cacá Leão para o Ministério da Infraestrutura, na cota do PP, e Zé Carlos Aleluia, na do DEM. Nos dois casos, nada acertado, muito menos convites feitos
“Todos amam o poder, mesmo que não saibam o que fazer com ele”
Salvo um improvável acontecimento bombástico, o governo de Dilma acaba na quarta-feira da próxima semana, quando o Senado votará se admite ou não o prosseguimento do impeachment.
É certo que vai dar sim. Ela será afastada e, por tabela, começa a era Michel Temer.
Temer, ressalte-se, já está com quase tudo engatilhado e o único baiano que está certo é Geddel, na Secretaria de Governo.
Falou-se em Cacá Leão para o Ministério da Infraestrutura, na cota do PP, e Zé Carlos Aleluia, na do DEM. Nos dois casos, nada acertado, muito menos convites feitos.
Pode ser que aconteça, mas está tudo indicando que Geddel será o único.
E como fica Rui Costa?
Pergunta a Geddel: como será o relacionamento do governo Temer com Rui Costa na Bahia?
— O governador tem adotado uma linha, a de que a ascensão de Temer é golpe, e é por aí que eu não acho boa, mas uma coisa é política, outra coisa é gestão. Claro que os pleitos da Bahia serão considerados. Até porque, comigo perto, a Bahia não perde.
A abordagem a Geddel inclui grandes projetos estruturantes do estado, como a Fiol e o Porto Sul. Todavia, ele ressalva que, em primeiro lugar, Temer vai olhar em que condições estão as finanças do governo.
— E as informações que temos recebido são as piores possíveis.
Depois, concentrar esforços para recuperar a economia, o que todos almejam:
— Os números do desemprego são alarmantes. Só na Região Metropolitana de Salvador, 380 mil em um ano.
Wagner secretário?
É chute. Por três motivos:
1 – Voltar a ser índio na tribo em que até pouco era cacique recente não é algo corriqueiro, muito pelo contrário.
2 – O próprio Wagner, quando passou o governo para Rui Costa, fez questão de afastar-se. Ele governou oito anos e poderia haver uma embolada de autoridades, o que tudo fez para evitar.
3 – Autoridades do governo dizem que nunca se falou nisso.
E Lula com Dilma?
Perguntaria você. O caso é outro. Dilma estava afundando, com a articulação política aos frangalhos.
Lula seria a tábua de salvação. No caso de Dilma, era melhor dividir poder do que perder tudo. Lula não foi, porque não deixaram, ela está em vias de perder.
Terceirização
Rui Costa pediu à PGR e à Saeb que entreguem, em 90 dias, um diagnóstico completo sobre a contratação de empresas que terceirizam mão de obra.
Ele desconfia que há um inchaço em algumas áreas. E quer botar ordem na casa.
Diz que vai buscar fazer contratos que sejam melhores para todos: o governo, as empresas e os funcionários.
Jogo de risco
No oceano de queixas contra a Coelba, de usuários e autoridades, apareceu mais uma: a pretexto de evitar os gatos, a empresa está baixando as linhas de alta tensão.
Explicando: a alta tensão sempre ficava mais em cima e as redes de distribuição mais abaixo. A empresa está invertendo, aumentando em muito o risco de mortes.
Com o MP
O caso bateu na Ouvidoria da Câmara de Salvador. E o ouvidor Henrique Carballal encaminhou para os dois Ministérios Públicos, o do Trabalho e o do Estado.
Ele passou o relatório de uma audiência pública realizada em novembro no qual os próprios funcionários da Coelba fazem a denúncia.
— As denúncias são graves. E o mínimo que se pode fazer é apurar.
Insatisfação na ilha
Estudantes da ilha estão injuriados com as lanchas que fazem a travessia Mar Grande-Salvador. A passagem deu um pulo, subiu de R$ 4,60 para R$ 5,30, e R$ 6,10 para R$ 7,10, aos domingos e feriados.
Para quem vai e vem estudar, são R$ 10,60 por dia. Fica salgado (e bota salgado nisso).
Os estudantes querem uma nova licitação. Acham que apenas 11 quilômetros separam Salvador de Mar Grande e tem quem faça isso bem mais barato. Até porque o movimento é intenso todos os dias.
Fiscalização zero — Os estudantes se queixam também que às 20h, quando o movimento é baixo, as lancham queimam horários. E a Agerba não fiscaliza.
Fala a Astramab
A Associação dos Transportadores Marítimos da Bahia (Astramab) diz que desde abril de 2012, quando os concessionários ganharam a concorrência para a exploração das linhas, não há reajuste. E que, nos últimos 12 meses, os custos se elevaram.
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