Publicado em 20/08/2019 às 10h47.

O debate do lixo tratado foi como o próprio é, mal organizado e jogado lá

Hoje, dos 5.565 municípios brasileiros 3.371 não têm aterro. Na Bahia, dos 417, só 43 têm. 374 estão a ver navios

Levi Vasconcelos
Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil
Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil

 

Já que Salvador está em clima de discussão de boas práticas ambientais, cairia bem a reunião da Comissão Mista da Câmara e do Senado para discutir a formação de consórcios municipais para tratar o lixo em aterros, ontem na UPB. Cairia, porque o encontro falhou feio na organização.

De saída, Eures Ribeiro (PSD), prefeito de Bom Jesus da Lapa e presidente da UPB, só foi convidado sexta à noite, quando já não dava tempo nem de ele ir, muito menos chamar os colegas. E no frigir dos ovos, a presença de interessados baianos foi pequena.

Tudo zero

O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), quando aprovado, previa que todos os lixões do país deveriam ter sido fechados até 2014. Não deu e nem está dando. Hoje, dos 5.565 municípios brasileiros 3.371 não têm aterro. Na Bahia, dos 417, só 43 têm. 374 estão a ver navios. E não há sinais objetivos de que nada vá melhorar a curto prazo.

Vando, prefeito de Monte Santo (PSC), um dos poucos presentes ontem na UPB, foi incisivo diante da pergunta:

— Quanto o senhor tem de cobertura de esgoto lá?

— Zero. Tudo é jogado no mato. Não há dinheiro.

— E lixão?

— Também não.

Diz ele que o consórcio seria a solução, na região, unindo Monte Santo, Uauá, Euclides da Cunha e Cansanção, cidades próximas.

— Fica o Ministério Público cobrando, cumprindo o papel dele. Mas cadê dinheiro?

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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