Publicado em 19/05/2017 às 10h01.

Política com Vatapá

A partir desta sexta-feira (19), Levi promete trazer ao seu blog os causos apimentados da política baiana

Levi Vasconcelos

O paletó vinho

Marcelo Torres, jornalista baiano que adotou Brasília, lá do Planalto não esquece as saborosas histórias e estórias da terra amada, Sátiro Dias.

Conta ele que o irmão Arízio Torres, era chegado numa bebida, e também um brincalhão, estava vereador (1989 e 1992).

Certa vez, numa sessão mal começou e ele arriou a cabeça e os braços sobre a mesa, jeito de quem tinha tomado todas, estava ‘chumbado’, no comecinho do discurso do vereador Alfrinho Coutinho.

Os dois eram amigos, se davam bem. Mas Alfrinho, enfiado num paletó vinho, não gostou da cena:

—  Tome tenência na vida, nobre colega! Como é que vossa excelência vem bêbado pra sessão?

Arízio levantou:

— Eu estava de olhos fechados, mas os ouvidos bem abertos. Eu fechei os olhos foi para não ver esse paletó vinho de vossa excelência.

Ia dar vontade de ‘beber’ o paletó. A plateia desabou na gargalhada.

Arroz doce

Essa quem conta é Ary Carlos, marqueteiro de ofício, jequieense de nascimento e coração

Waldomiro Borges, pai de César Borges, assumiu o mandato de prefeito de Jequié em 1967 (governaria até 1971) avisando logo aos seus auxiliares diretos: nas festinhas internas fizessem o favor de não lhe oferecer arroz doce, detestava só de olhar.

Lá um dia foi numa festinha de bairro e na hora dos comes e bebes uma senhora o ofereceu arroz doce. Polidamente, pegou o copo. Discretamente, passou para Baianão, fiel escudeiro, um pouco atrás avisando-o para devolver o copo vazio.

Baianão deu uma golada só, devolveu o copo e olha quem aparece na frente de Waldomiro. A mulher do arroz, toda sorridente:

— Prefeito, eu não sabia que o senhor gostava tanto de arroz doce!…

E tascou outro copo, que Waldomiro passou para Baianão, com a recomendação de não mais devolver.

A mulher fez mais, na intenção de agradá-lo: espalhou para Deus e o mundo que o prefeito adorava arroz doce. E daí onde ele ia era o prato principal. E mais: ainda ficou com o apelido de Arroz Doce.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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