Publicado em 21/08/2018 às 15h20. Atualizado em 21/08/2018 às 16h04.

Operação Offerus: PF apreende 800 mil em espécie em casa de empresário

Homem era principal beneficiário de esquema de fraude em licitações em prefeituras baianas

Juliana Almirante
Foto: Divulgação/ PF-BA
Foto: Divulgação/ PF-BA

A Polícia Federal (PF) apreendeu na casa de praia de um empresário preso na Operação Offerus, nesta terça-feira (21), cerca de R$ 800 mil em espécie, além de dois carros de luxo e documentos. O suspeito, que está detido por tempo indeterminado, não teve o nome informado.

Por volta de 15h38, a PF atualizou a contagem do valor em espécie em R$ 850.630,00.

A delegada Luciana Matutino Caires, chefe da operação, informou, em conversa com a imprensa, que o empresário era o principal beneficiário de um esquema de fraude em licitações em municípios baianos desarticulado pela investigação. Cada contrato tinha rendimento de cerca de R$ 300 mil.

 

Foto: Divulgação/ PF-BA
Foto: Divulgação/ PF-BA

 

Alvos de afastamento pelo prazo de 10 dias, os prefeitos de Pilão Arcado e Ipirá,  Manuel Afonso Mangueira (PP) e Marcelo Brandão (DEM), respectivamente, são acusados de receberam propina diretamente. “Alguns prefeitos em exercício recebiam propina diretamente, em especie ou transferência bancária. Outros ex-prefeitos recebiam através de pessoas próximas. (…) Tem informações em vídeo em que empresário entrega dinheiro em espécie ao prefeito de Pilão Arcado e diz que aquele era o pagamento daquele mês”, diz a delegada. Após o período de afastamento, os prefeitos retornam ao cargo, mas seguem respondendo judicialmente.

Segundo a delegada, o empresário tinha uma empresa lícita do ramo de móveis e, a partir disso, usou os empregados como “laranjas” para abrir outras empresas do ramo de transporte escolar. As companhias venciam licitações fraudadas e superfaturadas nas prefeituras. “Com a diferença do valor que superfaturava, ele pagava propina a agentes políticos e parentes”, explica Luciana Caires.

O empresário vai responder pelos crimes de indevida dispensa de licitação, fraude em licitação, superfaturamento, desvios e lavagem de dinheiro e associação criminosa.

No ato que deu origem à operação Offerus, a Justiça também determinou o bloqueio de R$ 38 milhões de investigados das cidades de Alagoinhas, no Nordeste, e Casa Nova, no Norte.

 

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