Publicado em 05/09/2016 às 08h20.

PF investiga propinas de Belo Monte a senadores do PMDB

As doações para o partido é mais do que o dobro dos R$ 65 mi que as empresas investigadas pela Lava Jato doaram para a campanha de Dilma

Redação
Romero Jucá e Renan Calheiros estão entre os investigados peemedebistas. Plenário do Senado (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)
Romero Jucá e Renan Calheiros estão entre os investigados peemedebistas. Plenário do Senado (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

 

A Polícia Federal (PF) aponta indícios de que o PMDB e quatro senadores do partido receberam propina das empresas que construíram a usina de Belo Monte, no Pará, por meio de doações legais. Conforme relatório que integra inquérito, que corre no Supremo Tribunal Federal (STF), um dos indícios é o volume de contribuições que o PMDB recebeu das empresas que integram o consórcio que construiu a hidrelétrica: foram R$ 159,2 milhões nas eleições de 2010, 2012 e 2014, segundo o documento. O valor é a soma de doações oficiais de nove empresas que integram o consórcio para o diretório nacional, diretórios estaduais e comitês financeiros do partido.

O montante em doações para o partido é mais do que o dobro dos R$ 65 milhões que as principais empresas investigadas na Lava Jato (Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Engevix, Queiroz Galvão e Galvão Engenharia) doaram oficialmente para a campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2014.

Entre outros indícios e delações de executivos, o relatório da PF anexa informações de outro delator, o ex-senador Delcídio do Amaral, de que senadores peemedebistas comandavam esquemas de desvios de empresas do setor elétrico: Renan Calheiros (AL), presidente do Senado, Jader Barbalho (PA), Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO). A conclusão do documento é que todos os quatro receberam as maiores contribuições de suas campanhas, não de empresas, mas do PMDB.

O PMDB e os senadores citados no relatório da Polícia Federal negam ter recebido suborno por meio de contribuição oficial. “O PMDB sempre arrecadou recursos seguindo os parâmetros legais em vigência no país. Doações de empresas eram permitidas e perfeitamente de acordo com as normas da Justiça Eleitoral”, disse o partido, em nota.

Com informações da Folha de S. Paulo.

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