Publicado em 23/06/2016 às 10h38.

PF prende ex-servidores do Planejamento e dos Correios

Delator contou aos investigadores que um terço da propina ficava com o ex-ministro Paulo Bernardo, preso nesta quarta-feira

Rebeca Bastos
Foto: MARLON COSTA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Foto: Marlon Costa /Futura Press /Estadão Conteúdo

 

Em cumprimento aos mandados de prisão expedidos na fase Custo Brasil, primeira operação da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo, a Polícia Federal prendeu preventivamente em Brasília o ex-chefe da Assessoria Especial para Modernização da gestão do Ministério do Planejamento Valter Correia da Silva e o ex-vice-presidente de Gestão de Pessoas dos Correios Nelson Luiz Oliveira Freitas.

Também foi preso preventivamente o empresário Dércio Guedes de Souza, dono da JD2, que já havia sido alvo da fase Pixuleco 2 da Lava Jato. Na Pixuleco 2, a PF descobriu que Correia da Silva era um dos destinatários da propina oriunda da Consist Software no âmbito do Ministério do Planejamento para renovar o termo de parceria entre a ABBC/Sinapp/Consist.

Preso na mesma fase, o vereador do PT de Americana Alexandre Romano assinou acordo de delação e contou aos investigadores que um terço da propina ficava com o ex-ministro Paulo Bernardo. Segundo o delator, em 2009 ele foi convidado pelo então tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, para participar das tratativas da operação envolvendo as entidades Sinapp e ABBC.

Por sua vez, Nelson Luiz de Oliveira Freitas já estava na mira dos investigadores por suposto recebimento de propina em contrato da Postal Saúde, responsável por gerenciar o plano de assistência médica dos funcionários dos Correios.

O empresário Dércio de Souza e sua empresa, a JD2, já haviam sido alvo de busca e apreensão na Pixuleco por terem sido destinatários da propina da Consist.

Advogado de Gleisi – O advogado Guilherme de Salles Gonçalves, que participou da campanha da senadora Gleisi Hoffmann ao Senado em 2010, e à prefeitura de Curitiba, em 2008, também é alvo de mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva. De acordo com a PF, ele não foi detido porque está em Portugal. Gonçalves deve se apresentar quando retornar ao Brasil, segundo seu advogado.

O nome de Gonçalves apareceu no imbróglio na Lava Jato quando a investigação chegou ao Ministério do Planejamento. Um inquérito apura suspeita de pagamento de propina através de um contrato firmado entre a pasta e a empresa Consist Software para gestão de empréstimos consignados para servidores.

Em agosto 2015, a força-tarefa localizou no escritório de advocacia de Guilherme Gonçalves documentos para a investigação. Os papéis, ainda conforme as investigações, indicam que valores recebidos pela Consist teriam sido utilizados para efetuar pagamentos em favor de Gleisi Hoffmann.

O escritório de advocacia Guilherme Gonçalves & Sacha Reck, que foi desfeito em 2013, também foi investigado por supostas irregularidades na licitação de transporte público do Distrito Federal em 2012. O Ministério Público do Distrito Federal apresentou denúncia à Justiça em março deste ano.

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