Publicado em 11/04/2016 às 13h57.

Planalto aposta em vitória no plenário, mas admite derrota na comissão

Avaliação foi feita em reunião da presidente Dilma, nesta segunda, com os ministros Jaques Wagner (Gabinete Pessoal) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo)

Agência Estado
Brasília- DF- Brasil- 11/04/2016- Reunião da Comissão Especial que vai votar o parecer do relator, dep. Jovair Arantes (PTB-GO), que recomenda a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Advogado-geral da União, José Eduardo Cardoso. Foto: Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados
Advogado-geral da União, José Eduardo Cardoso e o presidente da comissão, deputado Rogério Rosso (Foto: Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados)

 

O Palácio do Planalto acompanha com atenção a sessão da comissão especial de impeachment que está sendo realizada na Câmara dos Deputados. A presidente Dilma Rousseff se reuniu no Planalto com os ministros Jaques Wagner (chefe do Gabinete Pessoal) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) para fazer novo balanço da situação, mas deixou o Planalto mais cedo do que o de costume em direção ao Palácio da Alvorada.

A avaliação é de que, na comissão, dificilmente o governo consegue reverter os votos a favor do impeachment. Mas, mesmo assim, o Planalto continua investindo nos indecisos e tentando evitar novas defecções e traições como têm ocorrido em votações no Congresso. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o principal articulador da defesa da presidente e de convencimento dos parlamentares, embora outros ministros também estejam ajudando o governo.

Lula marcou uma ida ao Rio de Janeiro para conversar com os peemedebistas do estado. Nesta segunda-feira (11), também há a previsão de que o vice-presidente da República, Michel Temer, vá ao Rio. Os dois lados querem conseguir apoio do PMDB do Rio, que está dividido. O governo não quer perder de jeito nenhum os cerca de 25 votos para o plenário, comandados pelo líder Leonardo Picciani. Daí, as investidas dos dois lados.

No fim de semana, Dilma se reuniu com ministros no Alvorada e, além de discutir a defesa que o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, estava apresentando na comissão especial, falaram da planilha de votos. Mais uma vez, o desempenho de Cardozo foi elogiado pela presidente e ministros. Neste momento, o governo considera que melhorou um pouco a situação de sexta-feira (8), para a segunda-feira. A avaliação é de que eles perdem mesmo na comissão, embora os esforços continuem, “mas não será de lavada”, comentou um assessor palaciano. “Vamos perder de pouco, o que não inviabilizará a votação em plenário”, prosseguiu a fonte.

Na sexta, o governo avaliava que a sua margem estava mais apertada e que tinha apenas cerca de 180 votos para derrubar o impeachment, apenas oito a mais do que o necessário. Para esta segunda, depois do trabalho de Lula e dos ministros no fim de semana, a previsão é de que este número tenha voltado para os 200 votos e que poderá chegar até a 210 votos, em um cenário mais otimista. A votação em plenário é no próximo fim de semana

A maior preocupação do governo é que surjam novas delações premiadas e que isso possa atrapalhar o clima no plenário e criar uma onda contra o governo, que acreditam terem revertido. Mas, até agora, de acordo com um dos levantamentos, já que vários mapeamentos estão sendo feitos, a derrota na comissão terá um impacto sobre o plenário, mas que isso não levará à derrota da presidente. Por isso, a disposição de continuar trabalhando os indecisos e os que reverteram seus votos de contra impeachment para pró-impeachment.

Assessores diretos de Dilma insistem na tese de que não existe crime de responsabilidade e que está sendo promovido um “linchamento público” da presidente. O governo também considerou, com base na última pesquisa Datafolha, que a oposição “passou do ponto” nos ataques à presidente e ao Planalto. O levantamento mostrou, entre outros pontos, que a intenção de votos pró PSDB não cresceu e que quem se beneficiou com o movimento deste momento foram Marina Silva e o ex-presidente Lula.

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