Publicado em 28/03/2016 às 16h48.

Políticos baianos negam recebimento de propina da Odebrecht

Antônio Imbassahy (PSDB) e Domingos Leonelli (PSB) são categóricos ao afirmar: nunca receberam propina de qualquer empresa

Ivana Braga
Foto: Reprodução Odebrecht
Foto: Reprodução Odebrecht

 

Entre os baianos que aparecem em uma lista entregue em setembro de 2015 ao deputado Jorge Solla (PT-BA) pela ex-secretária do departamento financeiro da Odebrecht, Conceição Andrade, que atuou na empresa entre 1979 e 1990, aparece o nome do deputado federal Antônio Imbassahy, líder do PSDB na Câmara Federal. Sob o codinome “Almofadinha”, ele é listado como favorecido na construção da barragem de Pedra do Cavalo. O tucano foi diretor-presidente da Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba), de 1979 a 1984, cinco dos seis anos de execução da obra.

Em nota encaminhada ao bahia.ba, o parlamentar afirma “que a citação de seu nome em qualquer esquema obscuro, tramado por opositores políticos, é um despropósito e tem o objetivo de confundir a opinião pública ao incluir nomes da oposição, que estão à frente do processo de impeachment da presidente Dilma, nas investigações sobre o Petrolão”.

Conforme a nota, Imbassahy “reafirma que sempre manteve sua vida, como homem público, pautada na decência e na seriedade”, observando ainda que o documento não tem relação com as investigações da Operação Lava Jato. “Não serão essas tentativas torpes de envolver o meu nome num processo criminoso, protagonizado pelo governo e seus apadrinhados que irão me intimidar, como pretendem. Vamos seguir em frente, trabalhando para desmontar essa organização criminosa que tomou o país de assalto”.

O líder tucano afirma que “continuará apoiando a Lava Jato, confiando na seriedade das investigações que certamente levarão à prisão de todos os verdadeiramente implicados”.

De acordo com o deputado, o vazamento de dados de décadas atrás tem o objetivo de desviar o foco das investigações contra Lula e o processo de impeachment da presidente Dilma, que avança sem atrasos na Câmara. “Querem misturar homens públicos decentes com marginais, nivelar a todos por baixo, na lama onde chafurdam, mas não conseguirão”, concluiu.

Oposição – Domingos Leonelli, o “Dolli”, ex-deputado federal e ex-secretário de Turismo da Bahia, também aparece na lista da ex-secretária da Odebrecht, assim como o atual presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz (Toldo), e o ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Filemon Mattos (Carne). Os ex-deputados estaduais Eujácio Simões (Careta) e Galdino Leite (Ipiranga) são relacionados como favorecidos na construção da Barragem do Jacuípe.

À reportagem do bahia.ba o ex-deputado Leonelli considerou “absurdo e injusto” o envolvimento do seu nome no escândalo de corrupção comandado pela Odebrecht. “Sempre fui pautado pela honestidade. Meu nome nunca foi associado a nenhum tipo de corrupção. Nunca tive o menor problema com minhas prestações de contas eleitorais, todas aprovadas pela Justiça”, assinalou.

O ex-deputado foi categórico ao afirmar nunca ter recebido propina. Disse não lembrar se ao longo da sua trajetória política teria recebido doação de campanha da Odebrecht. “Se a empresa contribuiu, realmente não recordo. Também não sei se a ex-secretária está classificando como propina doações de campanha”, ressaltou.

Leonelli lembrou ainda que, na década de 1980, era oposição aos governos federais, estadual e municipal e, em razão disso, dificilmente teria condições de receber propina para intervir em favor de qualquer empresa ou pessoa, já que, como oposição, não teria trânsito nos meios governamentais para beneficiar qualquer um. “Nunca recebi propina na minha vida, nem quando estive no Legislativo ou quando passei pelo Executivo”, garantiu Domingos Leonelli.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do TCU para ouvir a defesa do presidente Aroldo Cedraz. A equipe estava em reunião e não retornou a ligação nem o e-mail encaminhado. Eujácio Simões, Filemon Matos e Galdino Leite não foram localizados.

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