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Publicado em 08/12/2025 às 19h44.

PP do Paraná veta candidatura de Sergio Moro e abre crise na federação com União Brasil

Veto, aprovado por unanimidade nesta segunda-feira (8), coloca em xeque o alinhamento nacional que PP e União Brasil

Redação
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

 

A decisão do diretório estadual do PP no Paraná de barrar a candidatura do senador Sergio Moro (União Brasil) ao governo em 2026 abriu uma crise na tentativa de formação da federação entre as duas siglas, prevista para se chamar União Progressista. O veto, aprovado por unanimidade nesta segunda-feira (8), coloca em xeque o alinhamento nacional que PP e União Brasil tentam consolidar no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou que não irá interferir na deliberação paranaense, fortalecendo a posição do deputado Ricardo Barros, líder da sigla no estado. “Havia uma expectativa de entendimento com o União Brasil no Paraná, mas isso não ocorreu ao longo de sete meses”, disse Barros. Segundo ele, Moro conversou com dirigentes locais, mas não conseguiu apoio suficiente dentro do Progressistas. “É o resultado de meses de diálogo que não prosperou.”

A reação no União Brasil foi imediata. O presidente nacional da legenda, Antonio Rueda, classificou a decisão do PP paranaense como “arbitrária” e disse que o partido insistirá na homologação da candidatura de Moro, que lidera pesquisas internas e externas sobre a disputa no Paraná. “A imposição de vetos arbitrários é inaceitável”, escreveu. Moro replicou a mensagem, afirmando que seu compromisso é com “a boa gente do Paraná” e defendendo que a política deve ser construída com “diálogo e respeito”.

No estado, a decisão do PP atende também a interesses da base do governador Ratinho Junior (PSD), que pretende lançar um nome próprio para a sucessão em 2026. Interlocutores do governo afirmam que Moro se tornou o maior obstáculo para a viabilidade eleitoral do grupo. Entre os cotados para a disputa estão secretários estaduais, o vice-governador Darci Piana e o deputado estadual Alexandre Curi (PSD), presidente da Assembleia Legislativa.

Barros indicou que, sem apoio do PP, Moro deve buscar outra legenda que garanta sua candidatura. “Ele será candidato de qualquer forma, está no meio do mandato. Aqui na federação, não terá condição de registrar”, disse o deputado.

O impasse cria tensão sobre o futuro da federação União Progressista. A homologação de uma chapa majoritária depende das assinaturas de Ciro Nogueira e Antonio Rueda, o que no momento é inviável. “Nossa federação não tem consenso para registrar uma chapa”, afirmou Barros.

Ciro tenta minimizar a crise, mas admite preocupação. Ele defende que a decisão do diretório paranaense seja respeitada, apesar de reconhecer a força eleitoral de Moro. “Espero que não haja risco para a federação. Minha relação com Rueda é a melhor possível. Vamos enfrentar isso com diálogo e com foco nos interesses nacionais.”

 

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