Publicado em 04/03/2016 às 12h22.

Pró-impeachment, Aleluia diz que Lula e Dilma não são ‘inimputáveis’

Presidente do DEM na Bahia entende que prisão de marqueteiro, delação de Delcídio e condução coercitiva de Lula dão combustível ao processo

Evilasio Junior
Foto: Ananda Borges Pimentel/ Câmara dos Deputados
Foto: Ananda Borges Pimentel/ Câmara dos Deputados

 

O deputado federal José Carlos Aleluia, presidente do DEM na Bahia, comparou, em entrevista ao bahia.ba nesta sexta-feira (4), a Operação Lava Jato – que na 24ª fase, chamada Aletheia, conduziu coercitivamente o ex-presidente Lula – à Mani Pulite, da Itália. No país da bota, a investigação judicial esclareceu, no início dos anos 1990, casos de corrupção que envolviam a Máfia, o Banco do Vaticano e a loja maçônica e culminaram no fim da Primeira República e no desaparecimento de partidos políticos. “Em um país democrático, todos os cidadãos têm que ser iguais perante a lei, e o ex-presidente Lula acreditava expressamente que era inatingível. É um marco histórico na vida do Brasil. Cada vez mais se assemelha à Operação Mãos Limpas”, afirmou.

Na avaliação do parlamentar, o partido de Luiz Inácio Lula da Silva precisa avaliar os fatos de forma “desapaixonada”, sob pena de ser “aniquilado” ao final das apurações. “O PT está reagindo como alguém que percebe que o último bastião de defesa deles está ruindo. O Brasil não pode se render a uma centena de pessoas que querem mandar no país. A maioria do povo brasileiro está apoiando as ações do Supremo Tribunal Federal, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. O ex-presidente não é inimputável nem a presidente é inimputável perante a Justiça e perante o Congresso”, disse o democrata.

Ele concorda com o entendimento do procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, de que a presidente Dilma Rousseff é beneficiária do esquema de corrupção na Petrobras. “Ele não pode dizer ainda, mas eu digo mais: ela é beneficiária e também mentora. O próprio senador Delcídio, que era o seu líder, deu declarações não aceitas pela Justiça, mas que certamente serão, que apontam que ela agiu para obstruir o trabalho da Justiça”, declarou.

O deputado acredita que os últimos eventos – a prisão do marqueteiro João Santana, a delação premiada de Delcídio do Amaral e a condução coercitiva de Lula – darão o combustível necessário para que o processo de impeachment seja acelerado na Câmara e no Senado. “Crimes de Dilma não faltam. Na oposição existiam alguns companheiros hesitantes, mas agora temos que pensar no sofrimento do povo brasileiro. O mais grave é que nós políticos, muitas vezes, pensamos mais na política. As pessoas estão sofrendo mais, perdendo mais emprego, o custo de vida ficando mais caro e as empresas quebrando. O país está regredindo. Quanto mais demorada for a repressão, mais demorada será a recuperação. Temos hoje uma presidente que não se dedica mais ao governo e sim em salvar o próprio pescoço. Ela tem que sair”, enfatizou.

O líder do PSDB na Câmara, o também baiano Antônio Imbassahy, já tinha revelado ao bahia.ba que, na próxima terça, a bancada irá se reunir para discutir os próximos passos para tentar derrubar o atual governo.

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