Publicado em 18/03/2016 às 12h05.

‘Quem grampear presidente vai preso’, afirma Dilma em Feira

Mandatária voltou a criticar ação do juiz federal Sergio Moro, que divulgou uma conversa entre ela e o ex-presidente Lula antes da posse do petista como chefe da Casa Civil

João Brandão
(Foto: Mateus Pereira / govBA)
(Foto: Mateus Pereira / govBA)

 

A presidente Dilma Rousseff entregou nesta sexta-feita (18) moradias em Feira de Santana, no centro-norte baiano, e usou boa parte do seu discurso para se defender do vazamento de ligações pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processo da Operação Lava Jato. Ao lado do novo ministro-chefe de gabinete da Presidência, Jaques Wagner, do governador da Bahia, Rui Costa, além de outras autoridades, a mandatária voltou a criticar o grampo autorizado pela Justiça, que divulgou uma conversa entre ela e o ex-presidente Lula, antes antes da posse do petista como chefe da Casa Civil.

“É um fato grave. Pois grampo na presidência ou em qualquer um de vocês, não é algo lícito. É crime previsto na Constituição. Não é por ser eu, mas para presidente do Brasil. O presidente tem garantias constitucionais. Não pode ser grampeado, a não ser com a autorização da Suprema Corte. Quem grampear presidente vai preso. Vai grampear o presidente dos EUA para ver o que acontece. Vou tomar as providências cabíveis”, declarou.

Em sua fala, de aproximadamente meia hora, a mandatária sugeriu que o magistrado agiu como integrante de partido, tese difundida pelo PT, e argumentou que a Justiça não pode ser “politizada”, ao justificar a adoção de “providências cabíveis”. “Se eu não tomar providências, se alguém puder me grampear sem a autorização do Supremo Tribunal Federal, o que vai acontecer com o cidadão comum?”, indagou.

Sobre a entrega do ministério a Lula, a chefe do Executivo nacional não falou em manobra para protegê-lo da força-tarefa da Lava Jato, mas classificou o ato como uma convocação de “um grande amigo”. “Quando vocês estão enfrentando alguma dificuldade, vocês não chamam um parente ou um amigo para ajudar? Por isso eu chamei um grande amigo meu e de vocês para me ajudar. Eu chamei o presidente Lula”, disse. A partir do “reforço”, Dilma prometeu a redução da inflação e a manutenção de programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.