Publicado em 20/12/2016 às 09h40.

Reajuste na Câmara de Salvador vai na contramão do bom senso

No meio político, se diz que a crise política aduba a econômica, e por aí, as expectativas para 2017, com as 77 delações da Odebrecht, são as piores possíveis

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“A politica não deveria ser a arte de dominar, mas sim a arte de fazer justiça”

Aristóteles, filósofo grego (384 a.C. – 322 a.C.)

Foto: Adenilson Nunes/GOVBA.
Foto: Adenilson Nunes/GOVBA.

 

A aprovação do reajuste de salários do prefeito, vice e vereadores para 2018 ontem na Câmara de Salvador foi recheada de intrigas, futricas e picuinhas, dignas dos momentos mais lamentáveis de um parlamento. Veja:

1 — O presidente da Câmara, Paulo Câmara (PSDB), que sempre foi contra o reajuste, disse que estava em Vitória da Conquista e não sabia que ia ter sessão.

2 — Já há decisões do STF considerando reajuste para valer fora do ano subsequente ao da aprovação inconstitucional e o Ministério Público, através da promotora Rita Tourinho, já avisou que vai judicializar o caso.

3 — Circulou que os fazendários, beneficiários do reajuste, por tabela, ameaçavam cruzar os braços caso não fosse aprovado, o que gerou preocupações para ACM Neto.

No mais, há a crise econômica do país.

No meio político, se diz que a crise política aduba a econômica e, por aí, as expectativas para 2017, com as 77 delações da Odebrecht, são as piores possíveis. A Câmara de Salvador vai na contramão, achando que em 2018 estará tudo joia. E tudo isso por causa de R$ 3 mil a mais no salário.

De quebra, ainda dá uma grande contribuição para ilustrar quão carente o Brasil está de uma reforma política. Hoje, o político se elege e nem tchum para a voz das ruas. A não ser que vire turbulência.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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