Renan agrediu a magistratura. E o STF, que não julga políticos, agride a quem?

Frase da vez

“Quem comete uma injustiça é sempre mais infeliz que o injustiçado”

Platão, filósofo grego (428/427 a.C. – 348-347 a.C.)

Renan Calheiros, presidente do Senado, derrapou feio ao se referir ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do DF, que autorizou a polícia a entrar no Senado para prender integrantes da polícia legislativa, como “juizeco”.

Agrediu toda a magistratura e de um modo grosseiro. Mas é bom ressalvar, errou pela forma.

Convenhamos, um juiz de primeira instância ter poder para autorizar ato de tal monta soa como um acinte ao Legislativo, um poder independente. Mesmo para o bem das investigações da Lava Jato, a instância obviamente deveria ser outra. Se o procedimento valer, teremos instituída a ditadura da toga.

A representação política está desacreditada, vá lá. Mas também convenhamos que a Justiça também dê uma expressiva contribuição para isso, ao emperrar os julgamentos envolvendo políticos com mandato, a começar pelo próprio Renan, que tem lá vários inquéritos esperando pauta, alguns deles, sobre a Lava Jato.

Não é à toa que Eduardo Cunha tudo fez para não ser cassado. Sabia que a imunidade virou sinônimo de impunidade. E aí fica a sensação de que senadores e deputados são inimputáveis.

E é isso que a Justiça deve ao Brasil. Ou mais especificamente, o STF, cuja presidente Cármem Lúcia saiu em defesa dos magistrados.

Cícero Dantas e o AVC

A deputada Fátima Nunes (PT) está pedindo à Secretaria de Saúde do Estado que estude um fato instigante que está acontecendo em Cícero Dantas, terra dela: o alto número de mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC).

— Eu penso que é algum problema com hábitos alimentares. Mas está demais. Já atendi três casos por semana, gente com 22 anos morrendo, gente com 32 anos.

Rui e Gameleira

Sérgio da Gameleira (PSB), prefeito eleito de Jequié, fumou o cachimbo da paz com Rui Costa. Sob a batuta da senadora Lídice da Mata, presidente estadual do PSB, os dois tiveram longa conversa anteontem. O encontro, que deveria durar uma hora, durou quatro.

Sérgio estava chateado porque Rui apoiou ostensivamente Tadeu Cafezeiro (PDT).

O 13º do aluguel

A Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara aprovou ontem o projeto de lei que desobriga os lojistas de shoppings centers de pagarem dois aluguéis ou mais no mês de dezembro, o chamado “13º dos shoppings”.

O presidente da Fecomércio-Ba, Carlos Andrade, soltou foguetes:

— Esse projeto torna a relação entre empreendedores e shoppings centers mais equilibrada. O 13º aluguel é um encargo abusivo, ainda mais num momento em que muitas lojas estão fechando.

Fora de padrão

Luizinho Sobral (PTN), prefeito de Irecê que surpreendeu a Bahia ao ser derrotado por Elmo Vaz (PSB), dia 2, vai sair querendo voltar.

Está comprando máquinas para deixar para o sucessor.

Mais uma vez surpreende. A tradição é o derrotado deixar para o sucessorprefeituras esculhambadas.

Primeiro tempo

Se fora de campo Carlos Alberto Torres marcou sua trajetória por posições polêmicas, pelas posturas conservadoras, como ter sido contra a Lei Pelé, que deu aos jogadores a independência do passe, dentro de campo foi unanimidade. E ele reconhecia isso. Numa das visitas a Salvador, lamentou apenas o fato de ter nascido na época errada, em um tempo em que jogador de futebol “não tinha prestígio”, como dizia o próprio.

— Se eu jogasse futebol hoje, eu seria bilionário. Não, milionário, não. Bilionário. Sem falsa modéstia, eu ia ganhar muito dinheiro.

Portos em debate

O Terminal de Contêineres do Porto de Salvador (Tecon) realiza sexta o V Seminário de Logística, no Hotel São Salvador (das 13h30 às 18h). Vai reunir 200 nomes do trade portuário brasileiro, entre armadores, empresários, despachantes, transportadores e gestores públicos. O presidente da Codeba, Pedro Dantas, vai mediar o debate.

VLT em pauta

O vereador Henrique Carballal (PV) pediu ontem uma audiência pública para discutir o VLT do subúrbio, que Rui Costa promete licitar até o fim do ano.

Ele acha que, com os trilhos do trem, o povo ainda passa para a praia, mas com o VLL, tudo eletrificado, a praia ficará segregada.

— Passarelas não funcionariam. Seriam muito esparsas. Eu só quero esclarecer como isso vai funcionar.