Publicado em 06/10/2016 às 13h40.

Revista questiona dados de publicidade do governo Temer

Levantamento de pesquisa demonstra que apenas três frases da peça são totalmente "verdadeiro". As outras receberam selos de "falso", "exagerado", "de olho"

Redação
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Foto: Reprodução

 

Os principais jornais do país publicaram na quarta-feira (5) um anúncio do governo federal com o mote “vamos tirar o Brasil do vermelho para voltar a crescer”. Na peça publicitária, com fundo azul e setas vermelhas, são apresentados tópicos da situação econômica brasileira, descrita como “muito grave”. Através da agência Lupa, a Revista Piauí apurou oito frases passíveis de checagem e as avaliou. O resultado demonstra que apenas três, do total avaliado, são totalmente “verdadeiras”. As outras cinco receberam selos de “falso”, “exagerado”, “de olho” .

A afirmação “(…) mas as notas dos estudantes no exame do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) praticamente não cresceram (…)” foi classificada como falsa, pois, conforme a averiguação dos dados do Ministério da Educação (MEC), desde 2005, o primeiro ano da série histórica do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, as notas dos estudantes brasileiros aumentaram em todos os segmentos avaliados.  Nos anos iniciais do ensino fundamental, a média nacional foi de 3,8 em 2005 para 5,5 em 2015, ultrapassando a meta de 5,2 traçada pelo próprio governo para aquele ano.

Recebeu o selo “exagerado” a afirmação que “O gasto do Ministério da Educação subiu 285% acima da inflação entre 2004 e 2014…”. Conforme o movimento Todos pela Educação,  o crescimento das despesas do MEC acima da inflação, no período citado, foi de 215,4%. Para fazer essa conta, a entidade utilizou como fonte de dados as prestações de informação da Presidência da República e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC/IBGE).

Estão sob a classificação “Estamos de olho” as afirmações “ (…) Foram extintos 4,2 mil [cargos de confiança]” e “Refinaria Abreu e Lima: orçada em US$ 2,4 bilhões.”

São totalmente verdadeiras apenas as afirmações:
“[A ferrovia Transnordestina] (…) teve apenas 55% de execução até 2015 m(…)”
“Prejuízos bilionários na Eletrobras: R$ 6,2 bilhões em 2013, R$3 bilhões em 2014 e R$ 14,4 bilhões em 2015.”
“Prejuízos bilionários na Petrobras: R$ 21,5 bilhões em 2014 e R$ 34,9 bilhões em 2015”.

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