Publicado em 18/08/2016 às 09h33.

Robson, o bom exemplo que os governos não enxergam

Já dissemos aqui e repetimos: o Brasil precisa ser repensado por nossos governos sobre o que se passa nas ruas; violência cresce a olho nu

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Eu estaria morto se não fosse o boxe. Eu era violento antes de conhecer o boxe”

Robson Conceição, o baiano de ouro no Rio (Foto: Divulgação).
Robson Conceição, o baiano de ouro no Rio (Foto: Divulgação).

 

A frase do Robson Conceição, o baiano de ouro no Rio, é lapidar pelo que externa de um grande triunfo pessoal, a vitória sobre a vida coroada pelo ouro olímpico.

Já dissemos aqui e repetimos: o Brasil precisa ser repensado por nossos governos (todos eles) sobre o que se passa nas ruas. A única coisa que cresce a olho nu é a violência. E o modelo adotado, o de enfrentamento pela polícia, já demonstrou ser um fracasso que coloca todos, a sociedade em geral, a polícia e os cidadãos enroscados pelo crime, como vítimas.

Robson é um duplo herói. Além do ouro em si, é uma história de superação pessoal também em dose dupla, na vida e no esporte, prática na qual ele triunfou mais por determinação pessoal do que por incentivos.

Ironicamente as três medalhas de ouro que o Brasil ganhou até agora foram no judô, com Rafaela Silva, no tiro, com Felipe Wu, e agora Robson, no boxe. No tiro e na porrada, como diz Macaco Simão.

O Brasil ganhou três ouros em Pequim (mais quatro pratas e oito bronzes), mais três em Londres (mais cinco pratas e nove bronzes) e, no Rio, até agora, três ouros (mais cinco pratas e quatro bronzes). Talvez ganhe mais um ourinho aqui ou acolá, num esporte coletivo, vôlei ou futebol, mas no quadro geral não é lá grandes coisas. Vamos ficar na mesma, senão pior.

Por isso, palmas para os nossos medalhistas. A vitória é mais nossa, dos brasileiros. Nossos políticos tentam tirar proveito, mas é estelionato.

Na ponga

O deputado Carlos Geilson (PSDB) pongou na medalha de ouro do baiano Robson Conceição no peso leve do boxe da Olimpíada do Rio e entrou na Assembleia com um projeto para a concessão da Comenda 2 de Julho, a mais alta condecoração da casa, ao campeão.

Já Leur Lomanto (PMDB) fez o mesmo com Isaquias Queiroz, prata na canoagem.

Está todo mundo querendo tirar sua lasquinha dos medalhudos.

Aviso final

Rui Costa reuniu-se anteontem com representantes dos partidos aliados e deu o recado: ninguém espere dinheiro de ajuda para a campanha porque não tem.

Disse que o único recurso disponível é do fundo partidário, que é pequeno. E mesmo as viagens dele ao interior serão reduzidas, porque se usar o avião oficial, quem vai pagar é o PT, com dinheiro da mesma fonte.

Os ouvintes entenderam, mas não gostaram. Não do que Rui falou, do cenário.

Queimando chumbo

Aliás, o limite de gastos em Salvador é de R$ 14,6 milhões para prefeito e R$ 396 mil para vereador.

A julgar pela carga que o vereador Duda Sanches (DEM) fez nos dois primeiros dias, vai queimar a cota toda já.

Entre amigos

E por falar em conversas reservadas, Rui Costa e Jaques Wagner conversaram demoradamente ontem em Brasília com o senador Otto Alencar.

Otto vive pressionado pelo comando nacional do partido dele, o PSD, que fechou questão a favor do impeachment de Dilma, contrariando o senador, que sempre foi contra.

O papo não foi o impeachment e, sim, 2018. Todos saíram muito satisfeitos.

Na contramão

Missionária Esmeralda, uma evangélica, candidata a vereadora pelo PEN, distribui um santinho no qual aparece a foto do deputado federal Erivelton Santana (PSC) e ACM Neto. Diz que quer defender as mulheres, as minorias sociais, as presentes e as futuras gerações. O slogan dela: Para mudar Salvador.

Está mostrando que pode ser boa de Bíblia, mas em política é cristã nova.

Ex-zebra

Disputando a Prefeitura de São Francisco do Conde com dois pesos pesados, o prefeito Evandro Almeida (PP) e a irmã da ex-prefeita Rilza Valentin (falecida ano passado), Halysson Valentim (DEM), o vereador Messias Antônio (PMDB) diz estar confiante:

— Antes diziam que eu era zebra. Agora eu sou uma realidade. A candidatura emplacou.

Ameaça epigramada

Eduardo Cunha ameaça delatar seus antigos aliados se o Planalto não agir para adiar a votação da cassação do seu mandato. Teme que a mulher e a filha, Cláudia Cruz e Danielle Dytz, sejam presas no rastro da Lava Jato e já mandou recado a Deus e o mundo.

O poeta Antônio Lins pegou a deixa e tascou-lhe o epigrama. Veja:

Cunha quando se “anima”
A garrucha ele engatilha,
Dá quatro tiros pra cima
E lava a honra da filha.

Festa na Acbeu

A Associação Cultural Brasil-Estados Unidos (Acbeu) vai festejar os seus 75 anos terça (19h30) em sua sede na Vitória. Jorge Calmon Filho, presidente do conselho deliberativo, e Athiná Arcadinos Leite, superintendente, serão os anfitriões, juntamente com James Story, cônsul geral do consulado americano no Rio.

Em alta

O Hospital São Rafael (HSR) foi eleito “Instituição do Ano – Hospitais Privados” no norte e nordeste do Brasil com base em pesquisa realizada pelo Grupo Mídia, que congrega as revistas especializadas em saúde Healthcare Management, HealthARQ e Health-IT. O prêmio será entregue hoje (19h30) no Centro de Convenções de Pernambuco, em Recife.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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