Publicado em 21/11/2016 às 18h23.

Rui Costa critica prisão de Garotinho e Judiciário

Petista questionou quando "se prendeu alguém dois meses depois da eleição por compra de voto" e afirmou que setor quer "privilégio de se manter intocável"

Rodrigo Aguiar

Foto: Izis Moacyr/ bahia.ba — Foto: Izis Moacyr / bahia.ba

O governador Rui Costa (PT) criticou nesta segunda-feira (21) a prisão do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR), acusado de compra de votos, e criticou o que considera “privilégio” de setores, como o Judiciário, de não “responder pelos seus atos”.

A crítica do petista vem após intenso debate nacional, na última semana, sobre instituir ou não o crime de responsabilidade para magistrados, promotores e procuradores.

Relator do pacote das 10 medidas contra a corrupção, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), retirou do parecer o item que instituía tal crime para os setores mencionados, após críticas e mobilização do Ministério Público Federal (MPF).

“Acho estranho que alguns façam campanha nas redes sociais reivindicando o privilégio de se manter intocável, ou seja, a minha categoria não poderá responder nunca por erros cometidos”, declarou Rui.

O petista defendeu a aplicação da lei “com a mesma força e formato” e se mostrou contrário à prisão de Garotinho. “Eu não tenho nenhuma relação com ele, nunca foi meu aliado político. […] Mas qual é a diferença dele para o Cássio Cunha Lima, que foi cassado?”, questionou sobre o senador tucano, que teve seu mandato de governador da Paraíba cassado por compra de votos.

“Em que momento desse país já se prendeu alguém dois meses depois da eleição por compra de voto? De um processo que não foi concluído ainda. Há suspeita de compra de voto”, acrescentou Rui. Para o chefe do Executivo baiano, “as prisões viraram espetáculos midiáticos dessa ou daquela pessoa que quer ter um destaque na mídia”. “Alguém pode bater palma hoje porque não gosta do Garotinho, mas amanhã pode ser com qualquer um de vocês”, defendeu o petista.