Publicado em 19/05/2016 às 09h01.

Rui dá o alerta: as finanças baianas estão à beira do colapso

Outros governadores foram até Romero Jucá, novo ministro do Planejamento, pedir carência de um ano no pagamento das dívidas com a União

Levi Vasconcelos

Frase da vez

As leis da economia são implacáveis. Não têm coração e não sentem remorso

Paul Samuelson, economista norte-americano (1915-2009)

Governador Rui Costa em Maceió (Foto: Reprodução/Facebook).
Governador Rui Costa em Maceió (Foto: Reprodução/Facebook).

 

Rui Costa foi hoje a Maceió, em companhia do secretário da Fazenda, Manoel Vitório, falar com os demais governadores nordestinos sobre dinheiro. Ou melhor, discutir o que fazer para sair do buraco que a crise os empurrou.

Outros governadores foram até Romero Jucá, novo ministro do Planejamento, pedir carência de um ano no pagamento das dívidas com a União.
Resposta de Jucá: ‘Nem pensar’.

Até topou discutir outras formas de pagamento. Mas disse que aceitar a carência significa aumentar o rombo federal, que também já é grande.

Em síntese, os governadores estão à beira de um ataque de nervos.

Apertando o cinto

Semana passada, em um encontro por ele provocado, Rui se reuniu com os dirigentes dos outros poderes: Maria do Socorro Santiago (TJ), Marcelo Nilo (Assembleia), Inaldo Paixão (TCE), Chico Neto (TCM) e Clériston de Macêdo (Defensoria Pública).

Fez detalhada explanação sobre a situação financeira do estado que, na crise, sofreu grandes perdas de receita, principalmente nos repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE).

Disse que já ultrapassou o limite prudencial e está à beira do colapso. E pediu a todos rigor na contenção de gastos, com o lembrete: se a coisa continuar como vai, a Bahia corre sério risco de ter que, a partir de novembro, fazer o que mais de 20 dos 27 estados já estão fazendo, parcelar o pagamento de salários.

Ele quer que tais reuniões sejam mensais para monitorar passo a passo o andamento da situação. A ordem é apertar o cinto.

Perdas baianas

Os números da Sefaz apontam que a queda do FPE é vertiginosa, beira os 50%. Em 2012, significava 36% da receita do estado, ano passado era 32%.

A perda é de R$ 1,05 bilhão, além de mais R$ 1,5 bilhão de convênios firmados com o governo federal e não honrados.

Condenação judicial

Com todos esses problemas, Rui Costa ganhou um a mais: o juiz Mário Soares Caymmi Goes, da 8ª Vara da Fazenda Pública, condenou ele e o secretário Manoel Vitório, se não chamarem os agentes de presídio que passaram em um concurso.

Se não cumprir. A PGE vai recorrer.

(Foto: Divulgação).

 

Daniela e a cultura

Marta Suplicy, senadora paulista, ex-petista, foi encarregada de convidar seis mulheres para assumir a Secretaria Nacional da Cultura, que substitui o Ministério da Cultura, e recebeu um solene ‘não’ de todas, entre elas, da baiana Daniela Mercury.

Deveria saber que está batendo na porta errada. Semana passada, protestando contra a extinção do Minc, Daniela bradou nas redes sociais:

– A extinção do Ministério da Cultura vai gerar um retrocesso gigantesco para o país. A economia criativa é o setor que ganha mais investimentos nos países desenvolvidos.

E esse caminho só devia nos levar adiante. Extinguir o Minc, é andar anos-luz para trás.

Pegue o rivotril

O deputado Sargento Isidório (PDT) deu um ‘piti’ anteontem, quando o colega Bira Coroa (PT) pediu urgência urgentíssima na votação de um projeto que permitisse funcionários da Assembleia a usar o nome social no âmbito da casa, a fim de aproveitar o Dia Mundial de Combate à Homofobia:

— São os defensores do dedo no ânus! Querem transformar essa casa em um cabaré!

A deputada Fabíola Mansur (PSB) chegou a sugerir que pedissem Rivotril para Isidório. Até salientou que o Serviço Médico da casa funciona bem.

Dois pesos

Acusado no caso dos grampos, o delegado Valdir Barbosa fala um detalhe curioso: o mandante, ACM, já falecido, foi absolvido. E a executora, a ex-secretária Kátia Alves, hoje vereadora em Salvador, também. Sobrou para ele e o policial Alan Faria.

Ele se acha um ´bode expiatório’.

Convenhamos, Valdir tem razão. Ele e Alan são as partes mais fracas da história.

O preço do apreço

Na partilha territorial, que produziu o acordo para a área em que o centro de distribuição de O Boticário ficar com São Gonçalo dos Campos, pondo fim à pendenga com Feira de Santana, as terras que formam o bairro Fazenda Boa Hora, que eram de São Gonçalo, ficaram para Feira, mas os moradores não gostaram nem um pouco.

Ou melhor, se depender da vontade deles, voltam a pertencer a São Gonçalo.

É simples. O IPTU de um imóvel no tempo de em São Gonçalo era R$ 45, agora é R$ 300.

Prêmio a Roberto

Será amanhã que o provedor da Santa Casa da Bahia, Roberto Sá Menezes, vai ser homenageado em São Paulo como uma das 100 pessoas mais influentes em saúde no Brasil.

Ele é um dos vencedores do Prêmio 100 Mais Influentes da Saúde 2016, promovido pelo Grupo Mídia, na categoria ‘filantropia’.

O evento fecha a Feira Hospitalar.

NOB, em Ondina (Foto: Divulgação).
NOB, em Ondina (Foto: Divulgação).

 

Câncer em debate

O Núcleo de Oncologia da Bahia (NOB) está trazendo para cá os mais modernos tratamentos contra o câncer. De hoje a sábado, realiza no Tivoli Ecoresort Praia do Forte, o 8º Simpósio Internacional de Atualização em Câncer de Mama e 7º Simpósio Internacional de Atualização em Câncer Gastrointestinal.

A nata da oncologia nacional está toda lá. Em matéria de câncer, isso é fundamental. O tratamento que se dá aqui é o mesmo em todo o mundo.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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