Publicado em 04/04/2017 às 16h33.

Rui rebate Nestor Duarte e diz que fuga de presos ‘é muito anormal’

Governador prometeu "cobrar administrativa e judicialmente de quem for responsável" e denunciou: "Tem envolvimento de não presos nessa fuga. Não tenho a menor dúvida"

Evilasio Junior
Foto: Pedro Moraes/ GOVBA
Foto: Pedro Moraes/ GOVBA

 

O governador Rui Costa (PT) rebateu o secretário estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização, Nestor Duarte, que, em entrevista ao bahia.ba, considerou “normal” a fuga de 25 presos de alta periculosidade da Unidade Especial Disciplinar (UED), porque o Complexo Prisional da Mata Escura, em Salvador, não seria “um convento”. Apenas um detento foi recapturado pelas forças policiais do Estado, que seguem em busca dos demais foragidos, cujas fotos foram divulgadas.

Em entrevista coletiva após a cerimônia de assinatura do contrato de publicização da Orquestra Sinfônica do Estado da Bahia, nesta terça-feira (4), no Teatro Castro Alves, o petista contrapôs o argumento do titular da Seap. “Isso é de uma total anormalidade. Eu já pedi ao secretário de Segurança [Maurício Barbosa], que faça um processo de investigação rigoroso, com um delegado específico para apurar essa situação. Isso não é normal. Isso é muito anormal”, avaliou Rui, ao ser perguntado pelo site.

Apesar de se opor à opinião do seu auxiliar, o chefe do Executivo afirmou que a Bahia está na “posição número um” do país em relação à política penitenciária, ao citar as novas unidades de Barreiras – que vai entrar em operação no mês de maio –, Vitória da Conquista, Brumado e Irecê, em que os prazos de inauguração não foram revelados. “Nós vamos ter relação de um para um. Para cada um preso, uma vaga. São 13 mil presos e teremos agora, no primeiro semestre, 13 mil vagas. Repito: nenhum estado brasileiro tem essa situação”, salientou, embora pontue que, com o cenário dito positivo, “não se justificam episódios como esse”.

O governador prometeu ainda “cobrar administrativa e judicialmente de quem for responsável por essas fugas” e admitiu a possibilidade de demissão. “De acordo com o que eu receber da investigação, as medidas serão tomadas”, assegurou, ao denunciar: “Tem envolvimento de não presos nessa fuga. Não tenho a menor dúvida”.

Esta foi a segunda evasão de detentos no Complexo Penal do Estado em três meses. O primeiro caso, em janeiro, culminou nas exonerações do diretor da Cadeia Pública de Salvador e seu ajunto, determinadas pelo próprio Rui Costa.

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