Publicado em 01/04/2016 às 08h43.

Se Neto botar Irmão Lázaro secretário, Luiz Argolo é o suplente. E aí?

Luiz Argolo, do SD, está preso no bolo da Lava Jato, condenado a 11 anos e 11 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Na política, a gratidão prescreve em seis meses”.

Octávio Mangabeira, político baiano (1886-1960)

Luiz Argolo escoltado pela PF (Foto Cassiano Rosano Estadão Conteúdo)
(Foto Cassiano Rosano/Estadão Conteúdo)

Se Neto botar Irmão Lázaro secretário, Luiz Argolo – preso e condenado – é o suplente. E aí?

Se ACM Neto consumar a nomeação do deputado federal Irmão Lázaro (PSC) como secretário de Relações Institucionais, vai resolver um problema e criar outro.

Lázaro é do PSC, o partido dos evangélicos ligados à Assembleia de Deus, e ele resolve o problema nesse campo, já que o antecessor é o vereador em Salvador Heber Santana. De quebra, dá uma ajuda ao amigo Zé Ronaldo (DEM), prefeito de Feira de Santana.

Lá, Lázaro é prefeiturável e, não só sairia do páreo, como ainda ficaria ao lado de Ronaldo.

Mas há um probleminha. Irmão Lázaro é da coligação Unidos por uma Bahia Melhor, que congrega DEM, PMDB, PSDB, PTN, SD, Pros, PRB e PSC. E o primeiro suplente da dita cuja é ninguém menos que Luiz Argolo, do SD, que está preso no bolo da Lava Jato, condenado a 11 anos e 11 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro.

Vai dar um bom barulho, pelo menos na mídia.

Antecedentes no mensalão

As chances de Argolo assumir o mandato são parcas. No mensalão, três deputados – João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP) – perderam os mandatos e permaneceram na cadeia.

Caso a jurisprudência seja mantida, o que é mais provável, Luciano Braga, que é do DEM e segundo suplente, pode ir arrumando o paletó.

Foto Divulgação Agecom
Foto Divulgação Agecom

 

Futuro incerto

Normalmente comedido ao falar da crise política no Brasil, ACM Neto ontem, em conversa com jornalistas, soltou o verbo:

— O que é mais lamentável em tudo isso é que o governo instituiu o mais explícito balcão de negócios da história do Brasil, uma política de barganha lamentável e inconsequente. Imagine se a presidente consegue 172 votos (para barrar o impeachment). O que será do Brasil?

Sangria total

A pergunta de Neto tem tudo a ver. Se Dilma escapar do impeachment, o governo dela, que já não governa, estará extremamente fragilizado, e o Brasil, que está mergulhado numa crise sem aparente saída, continua sangrando até Deus sabe quando.

A volta de Maracajá

Ex-presidente do Bahia, ex-deputado estadual e conselheiro aposentado do TCM, Paulo Maracajá parece estar com saudades da vida pública. Ontem, na presença de ACM Neto, assinou a ficha de filiação no DEM.

Vai disputar um mandato de vereador?

— Primeiro vou avaliar se dá, porque eu não tenho dinheiro para gastar.

Mas se der…

Racha na OAB

Quando a manifestação contra o impeachment passou ontem em frente à sede da OAB, na Piedade, um grupo de advogados entregou ao presidente Luiz Viana Queiroz um documento de protesto.

Atacava o presidente nacional da OAB, Cláudio Lamachia, que semana passada protocolou novo pedido de impeachment na Câmara.

Dizia que Lamachia não os representa.

Ato público em Feira de Santana (Foto Reprodução Blog Acorda Cidade)
Ato público em Feira de Santana (Foto Reprodução Blog Acorda Cidade)

 

Golpe no golpe

A clientela que estava no bar Limão Drinks, na Av. Getúlio Vargas, em Feira de Santana, deu o golpe do golpe.

Quando os manifestantes pró-Dilma iam passando e gritando “Não vai ter golpe”, a maioria entrou no bolo. Saiu sem pagar a conta.

Cidade do terror

A adesão do prefeito de Camaçari ao PCdoB para ancorar a candidatura a prefeita da secretária Jailce Andrade está resultando em desastre político.

Na Cidade do Saber, a cereja do bolo das administrações petistas (também no mau sentido, já que é alvo frequente de denúncias no TCM), virou um núcleo de terror. Júlio Pinheiro, o administrador escalado pelo PCdoB, demite a rodo para botar quem quer.

E às vezes até avisa que vem nova lista, o que causa pânico entre os servidores.

Mulheres e confecções

Composto em 65% por empresárias, o setor de confecções da Bahia marcou presença no evento realizado pela Fieb para discutir competitividade e internacionalização.

Acostumado ultimamente a só falar sobre a crise para plateias de engravatados, o presidente da Fieb, Ricardo Alban, logo reparou:

— Diante de um público de grande participação feminina, na pior das hipóteses, a gente já se anima um pouquinho.

Foto Sistema Fieb
Foto Sistema Fieb

 

Liderança feminina

Se na plateia elas tinham boa participação, na composição da mesa só uma: Eunice Habibe, presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Salvador e Região Metropolitana (Sindivest).

— Somos maioria mais significativa entre empresários do segmento de confecções da Bahia, com presença ainda mais expressiva entre os operários, com mais de 80%.

Polêmica em Soterópolis

Terça passada, aniversário de Salvador, publicamos que, um ano depois que Tomé de Souza aqui desembarcou para fundar a cidade, nasceu o primeiro filho de português com português na área. Ele exultou:

— Temos o primeiro são-salvadoreta! (porque quem nasce em Lisboa é lisboeta).

Padre Manoel da Nóbrega sugeriu:

— Em grego, Salvador seria chamada de Soterópolis, sóter de salvador e pólis de cidade. Acho melhor soteropolitano.

Deu rebu, com muitas contestações, e aí cometemos um erro em não ter citado a fonte, no caso, Aydano Roriz, no livro (romanceado) O Fundador, sobre a chegada de Tomé.

Chegada de Tomé de Souza ao Brasil (Imagem Reprodução)
Chegada de Tomé de Souza ao Brasil (Imagem Reprodução)

 

Outra história

Henrique Carballal, historiador de ofício, vereador de ocasião, cita que Luiz Santos Vilhena, no livro A Bahia no Século XVIII, conta outra história.

Diz que Soterópolis foi evocado para diferenciar os nascidos em Salvador dos de El Salvador, o país.

Lá, é salvadorenho. Aqui, seria salvadorense. Por isso ficou o soteropolitano.

Seja como for, o soteropolitano colou.

Festa grapiúna

O prefeito de Itabuna, Claudevane Leite (PRB), e o presidente da OAB de lá, Edmilton Carneiro, estiveram com a presidente do TJ, Maria do Socorro Santiago, para dizer que a Justiça na comarca está um caos. Foram informados que três novos juízes tomam posse hoje.

Os dois saíram festejando. Acham que foi uma vitória.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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